O presidente israelita, Isaac Herzog, com o papa Leão XIV, no Vaticano.
O presidente israelita, Isaac Herzog, com o papa Leão XIV, no Vaticano.EPA/Vatican Media

Papa discute com Herzog “situação trágica” em Gaza

Leão XIV reiterou ao presidente israelita que a solução de dois Estados é a única saída para a guerra em curso.
Publicado a
Atualizado a

O papa Leão XIV teve esta quinta-feira (4 de setembro) “cordiais discussões” sobre a “situação trágica” em Gaza com o presidente israelita, Isaac Herzog. O líder da Igreja Católica discutiu, nomeadamente, “como garantir um futuro para o povo palestiniano, a paz e a estabilidade na região”, insistindo que “a solução de dois Estados é a única saída para a guerra em curso”.

Segundo o Vaticano, o Papa manifestou ainda “o desejo de uma rápida retoma das negociações”, defendendo que “com vontade e decisões corajosas” será possível alcançar a liberdade dos reféns, “um cessar-fogo permanente”, facilitar a entrada segura de ajuda humanitária e garantir o pleno respeito pelo direito humanitário, “bem como pelas legítimas aspirações dos dois povos”.

No X, o presidente israelita disse que “acima de tudo, Israel esforça-se de todas as formas possíveis para trazer de volta os reféns mantidos num cativeiro brutal pelo Hamas”. Herzog insistiu que a libertação imediata dos reféns - são 48, dos quais 20 estarão vivos - é “o primeiro e essencial passo para um futuro melhor para a região”.

Leão XIV tem vindo a subir de tom nos apelos para acabar com a guerra na Faixa de Gaza, sendo contudo mais contido do que o antecessor. Francisco criticava frequentemente Israel e ligava todas as noites ao padre da única igreja católica de Gaza - que foi atingida num bombardeamento há uns meses - para se inteirar da situação no enclave.

Apesar dos apelos a um cessar-fogo, as negociações parecem não avançar, apesar de o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, se ter reunido em Paris com enviados do Qatar - um dos países mediadores entre Israel e o Hamas.

Na véspera, o presidente norte-americano, Donald Trump, escreveu na sua rede social: “Digam ao Hamas para devolver imediatamente todos os 20 reféns (não dois ou cinco ou sete!) e as coisas vão mudar rapidamente. Vai acabar!”

O grupo terrorista palestiniano disse, na quarta-feira à noite, que está preparado para aceitar um acordo em que todos os reféns são libertados “em troca de um número acordado de prisioneiros palestinianos, o fim da guerra na Faixa de Gaza, a retirada total das tropas das Forças de Defesa de Israel [IDF, na sigla em inglês] da região e a abertura das fronteiras para permitir a entrada de todos os mantimentos necessários e o início da reconstrução” do enclave.

Do lado israelita, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu insiste numa ocupação total da cidade de Gaza para acabar com o que considera ser o último reduto do Hamas.

Ainda antes do início da ofensiva, as IDF dizem que já controlam 40% da maior cidade do enclave - declarada, na semana passada, “zona de combate”. Algumas zonas são “vermelhas”, tendo os residentes palestinianos recebido ordens de retirada antes do início dos combates.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt