Palácio amaldiçoado de Veneza foi vendido por 18 milhões de euros
O palácio Ca Dario, em Veneza, Itália, também conhecido como palácio maldito, foi comprado por um anónimo por 18 milhões de euros. Construído no final do século XV, o luxuoso e sumptuoso edifício ficou famoso não só pela sua arquitetura gótica renascentista e localização privilegiada, mas igualmente pela superstição em torno das mortes e tragédias que se abateram sobre quem viveu no local.
Devido a esta superstição que sempre o acompanhou, o palácio nunca foi habitado nos últimos anos e houve que duvidasse que alguma pudessse ser vendido. Mas a verdade é que foi mesmo negociado e por um bom preço.
Reza a história que o primeiro dono do palácio foi o secretário do Senado veneziano Giovanni Dario, que o mandou construir em 1479. E foi pouco depois que começou a ganhar fama de amaldiçoado.
O primeiro comprador morreu cinco anos antes de o palácio estar construído. A filha de Giovanni Dario acabou por herdar a imponente casa e mudou-se para o local com o marido, que viria ser assassinado - e ela acabou por se suididar. O filho do casal e neto de Dario, entretanto, foi morto anos depois na Grécia.
Mito ou não, a verdade é que de acordo com a imprensa italiana outros proprietários também se viram envolvidos em tragédias, desde comerciantes que faliram, a poetas que adoeceram e amantes que mataram e morreram.
Mais recentemente, na década de 1960, o palácio foi adquirido por Christopher "Kit" Lambert, agente da banda de rock inglesa The Who. E foi ali que "Kit" se entregou ao vício das drogas e arruinou a sua fortuna e a carreira. Coincidência ou não, o baxista dos The Who, John Entwistle, morreu de overdose pouco tempo depois de ali ter passado uns dias de férias.
O milionário italiano Raul Gardini foi um dos últimos proprietários do palácio Ca Dario. Suicidou-se em 1993 depois de ver o seu nome envolvido num grande escândalo de corrupção que abalou a Itália.
Situado junto às margens do Grande Canal, e muito perto da Basílica de Santa Maria della Salute, o edifício tem oito quartos e oito casas de banho, além de salas espaçosas, uma vista magnífica e um jardim privado.
Apesar da fama amaldiçoada, o pintor francês Claude Monet, fascinado pela beleza do edifício, escolheu-o em 1908 como tema de uma série de pinturas.