Países Baixos enviam para a Ucrânia armas de precisão e munições

Em janeiro, a Alemanha enfatizou que não enviaria armas para a Ucrânia e ofereceu 5.000 capacetes militares, uma decisão que foi considerada como uma "piada absoluta" pelo autarca de Kiev, Vitali Klitschko.

Os Países Baixos vão enviar para a Ucrânia equipamentos militares, incluindo espingardas de precisão, munições e capacetes, para auxiliar o país na defesa a uma eventual invasão russa, revelou esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês.

"A Ucrânia tem de ser capaz de se defender contra um possível ataque militar russo no seu próprio território", referiu Wopke Hoekstra, citado num comunicado.

As únicas armas letais que o governo neerlandês vai enviar para a Ucrânia são 100 espingardas de precisão (rifles), juntamente com 30.000 cartuchos de munição, acrescentou.

Kiev irá ainda receber 3.000 capacetes e 2.000 coletes à prova de balas "para a proteção pessoal de partes vitais do corpo".

Os Países Baixos vão ainda entregar 30 detetores de metais, dois robôs para deteção de minas navais, dois radares de vigilância de campo de batalha e cinco radares de rastreamento de armas para ajudar os militares a determinarem a origem dos disparos.

Em janeiro, a Alemanha enfatizou que não enviaria armas para a Ucrânia e ofereceu 5.000 capacetes militares, uma decisão que foi considerada como uma "piada absoluta" pelo autarca de Kiev, Vitali Klitschko.

Neerlandeses e ucranianos mantêm laços estreitos após a queda em 2014 do voo MHh17 da Malaysia Airlines que voava de Amesterdão para Kuala Lumpur.

A aeronave foi derrubada quando atravessava a zona de conflito com separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia e as 298 pessoas a bordo, incluindo 196 neerlandeses, morreram.

Em 2016, os eleitores dos Países Baixos rejeitaram um acordo entre a União Europeia (UE) e a Ucrânia, forçando o primeiro-ministro, Mark Rutte, a preparar um acordo de compromisso limitando os compromissos de Defesa de Bruxelas a Kiev e qualquer promessa sobre uma futura adesão da Ucrânia à UE.

Os Estados Unidos estimam que, neste momento, a Rússia tem provavelmente entre 169.000 e 190.000 soldados destacados dentro e junto à fronteira da Ucrânia, muito acima dos cerca de 100.000 a 30 de janeiro, indicou hoje o representante permanente norte-americano na OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa), Michael Carpenter.

As autoridades norte-americanas e europeias estão em alerta máximo para quaisquer tentativas da Rússia para criar um pretexto para uma invasão da Ucrânia.

Os responsáveis estão preocupados que o aumento dos bombardeamentos na região de Donbass, a parcela de território do leste ucraniano onde separatistas apoiados por Moscovo combatem há oito anos forças do exército de Kiev, possa ser usado pelo Kremlin como pretexto para lançar uma ofensiva sobre a Ucrânia.

A evacuação do leste da Ucrânia foi anunciada por separatistas pró-russos, que indicaram que as primeiras pessoas a ser deslocadas foram mulheres, crianças e idosos, acusando o Governo ucraniano de estar a preparar uma invasão, apesar dos desmentidos de Kiev.

Nas últimas horas, especialmente na quinta-feira, ocorreram graves violações do cessar-fogo estabelecido em 2015, ao abrigo dos Acordos de Minsk, no leste do país.

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