"A capital está sob ataque". Fortes explosões em Kiev terão feito pelo menos oito mortos
Foram ouvidas explosões no centro da cidade de Kiev, depois de Putin acusar a Ucrânia de ser responsável pela explosão na ponte que liga a Crimeia à Rússia. Autoridades ucranianas indicam que "há mortos" e "feridos". Desde junho que a capital não era alvo de ataques.
Fortes explosões foram ouvidas esta segunda-feira no centro de Kiev. Os bombardeamentos à capital ucraniana fizeram vários mortos e feridos, indicaram as autoridades. O ataque acontece um dia depois do presidente russo, Vladimir Putin, responsabilizar a Ucrânia pela explosão na ponte que liga a Crimeia à Rússia.
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Pelo menos oito pessoas morreram e 24 ficaram feridas, avança a agência de noticias Ukrinform, que cita o assessor chefe do ministro ucraniano dos Assuntos Internos, Rostyslav Smirnov.
"Oito pessoas morreram e 24 ficaram feridas como resultado dos bombardeamentos no distrito de Shevchenkivskyi (Kiev)", referiu Smirnov, indicando que um incêndio atingiu seis carros e que "outros 15 veículos ficaram danificados".
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Posteriormente uma segunda vaga de explosões foi ouvida em Kiev, às 09:16, hora local (07:16 em Lisboa), embora até agora não haja informações sobre as vítimas deste segundo bombardeamento.
Antes, o conselheiro do Ministério do Interior, Anton Gerashchenko, indicava cinco mortos nas explosões na capital ucraniana. "Todos eram civis que estavam a conduzir ou a andar a pé no centro de Kiev", informou Gerashchenko, que partilhou nas redes sociais imagens dos residentes da cidade abrigados nas estações de metro.
Thousands of Kyiv residents are hiding in the subway from the attacks. pic.twitter.com/Es3to0u7b7
⚡️ As of now 5 people are confirmed dead and 12 wounded after the attack on Kyiv.
All of them are civilians who were driving or walking in the center of Kyiv. pic.twitter.com/3Mp2fc5RiW
As explosões em Kiev ocorreram por volta das 08:15, hora local, (06:15 em Lisboa). Voltaram a tocar as sirenes de aviso de ataque aéreo na capital ucraniana mais de uma hora antes das explosões.
O comandante-chefe do exército ucraniano, Valery Zaluzhny, fez saber que a Rússia atacou a Ucrânia na manhã desta segunda-feira com pelo menos 75 mísseis, dos quais 41 foram intercetados.
Terrorist state delivers en mass missile & air strikes, UAVs attacks on territory. Since morning enemy launched 75 missiles, 41 of which were shot down by our Air Defence. Armed Forces are doing everything possible to protect fellow citizens.
"Estão a tentar destruir-nos", diz Zelensky
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu a este ataque nas redes sociais pedindo à população para se proteger.
"No dia 229 da guerra, eles [os russos] estão a tentar destruir-nos e a tentar eliminar-nos da face da terra", escreveu Zelensky, que partilhou um vídeo no qual é possível ver a destruição no centro de Kiev causada pelo ataque. "Estão a destruir o povo que está a dormir em casa em Zaporijia. A matar pessoas que vão trabalhar em Dnipro e Kiev."
Zelensky referiu que há "mortos e feridos" e fez um apelo à população. "Por favor, não deixem os abrigos".
"Vamos cuidar de nós e dos nossos entes queridos. Vamos aguentar e ser fortes", concluiu o presidente ucraniano na mensagem que partilhou nas redes sociais.
Numa segunda publicação, Zelensky mostra-se numa das ruas da capital ucraniana, junto ao Palácio Mariinsky. Referiu que o país está a enfrentar "uma manhã difícil" e que estão a "lidar com terroristas".
"Procuram o pânico e o caos, eles querem destruir o nosso sistema de energia. O segundo alvo são as pessoas", acusou o presidnete ucraniano. "Fiquem nos abrigos hoje. Sigam sempre as regras de segurança. E lembrem-se sempre: a Ucrânia existia antes deste inimigo aparecer, a Ucrânia continuará a existir", sublinhou.
Ao início das manhã, o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, dava conta, nas redes sociais, de "várias explosões no distrito de Shevchenkivskyi - no centro da capital".
"A capital está sob ataque de terroristas russos. A ameaça continua", alertou o autarca, que apelou a todos os habitantes da cidade para se protegerem nos abrigos.
Norte-americanos devem deixar a Ucrânia "agora", avisa embaixada dos EUA
Perante este novos ataques da Rússia, a embaixada dos EUA em Kiev apelou aos cidadãos norte-americanos para deixarem a Ucrânia "agora", usando "meios privados de transporte quando for seguro fazê-lo".
Os EUA consideram que "os ataques da Rússia representam uma ameaça direta ao civis e às infraestruturas civis" e, por isso, pedem aos cidadãos norte-americanos que estão na Ucrânia para se protegerem.
Russia"s continued strikes in Ukraine pose a direct threat to civilians and civilian infrastructure. The Embassy urges US citizens to shelter in place and depart Ukraine now using privately available ground transportation options when it is safe to do so. https://t.co/0Y5V9TLBYX
De acordo com Vitali Klitschko, rockets atingiram esta segunda-feira "o centro da cidade", nomeadamente os distritos de Shevchenkiv e Solomyan.
De acordo com o The Guardian, Kiev foi alvo de pelo menos quatro mísseis. Além da capital, têm sido reportadas explosões em Lviv, Zhytomyr, Ternopil e em Dnipro.
Vídeos partilhados nas redes sociais mostraram fumo preto em várias áreas da cidade de Kiev.
Clouds of smoke over #Kyiv. pic.twitter.com/TeavQ5JJdm
Vitali #Klitschko, mayor of #Kyiv confirmed explosions in the Shevchenkivskyi District of the capital. pic.twitter.com/NXJB7vyS1A
As a result of #Russia's terrorist attack on #Kyiv, there are civilian casualties. "The strike was deliberately carried out at rush hour just on a busy street so that more people would be killed", reports journalist Denis Kazanskyi. pic.twitter.com/0YFq4OiFPw
Um repórter da AFP viu várias ambulâncias que estariam a deslocar-se para o local das explosões.
De acordo com o diário Kyiy Independent, citado pela agência de notícias EFE, pelo menos quatro explosões foram ouvidas no centro da capital esta manhã e era possível ver colunas do fumo no centro de Kiev.
⚡️Explosions reported in Kyiv.
At least four explosions were heard around the city center early in the morning on Oct. 10.
Smoke was reported to be seen rising from one spot in the city center.
O correspondente da BBC em Kiev, Hugo Bachega, estava em direto a partir de Kiev quando foram ouvidas as explosões na cidade.
The attacks on #Kyiv could be heard during the #BBC broadcast. pic.twitter.com/6EIMpfRSXd
As explosões ocorreram um dia depois de o presidente russo acusar os serviços secretos ucranianos por uma explosão na ponte que liga a Crimeia à Rússia.
Os últimos ataques a Kiev ocorreram a 26 de junho.
Já no centro de Zaporijia uma pessoa morreu num novo ataque, ocorrido esta noite, anunciou esta segunda-feira o secretário do conselho municipal da cidade do sudeste da Ucrânia, Anatoly Kurtev.
"Temos conhecimento de uma vítima, desde as 06:00" locais (04:00 em Lisboa), disse Kurtev, numa mensagem divulgada na rede social Telegram, citada pela agência de notícias Ukrinform.
De acordo com o responsável, cinco pessoas ficaram feridas no ataque, incluindo uma criança, atingida por estilhaços de vidro.
Os trabalhos de salvamento prosseguem, disse.
O ataque tinha sido denunciado antes pelo chefe da administração militar regional, Oleksandr Starukh, mas sem confirmação do número de vítimas.
"Como resultado do ataque com mísseis no centro de Zaporijia, um edifício residencial de vários andares foi novamente destruído. Há vítimas", escreveu.
Um ataque posterior, no domingo, fez pelo menos 13 mortos e 89 feridos, incluindo 11 crianças, enquanto o número de mortos do bombardeamento da passada quinta-feira subiu para 20.
Em atualização