ONU exige o regresso de crianças ucranianas levadas à força para a Rússia
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ONU exige o regresso de crianças ucranianas levadas à força para a Rússia

Convenção de Genebra proíbe a remoção forçada ou a deportação de crianças de territórios ocupados.
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A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou na quarta-feira, 3 de dezembro, uma resolução que exige o regresso de todas as crianças ucranianas que foram levadas à força para a Rússia no âmbito da invasão da Ucrânia.

Com 91 votos a favor, 12 contra e 57 abstenções, o organismo aprovou o documento, que insta a Rússia a "garantir o regresso imediato, seguro e incondicional das crianças que foram deportadas ou levadas à força" para território russo.

Este documento exige o fim, "sem demora, de todas as práticas de remoção forçada, deportação, separação das suas famílias e responsáveis legais, mudança de estatuto pessoal e doutrinação de crianças ucranianas", segundo um comunicado de imprensa da ONU.

“Imagine que tem 16 anos num dia normal (...) quando, de repente, soldados armados com metralhadoras e um gorro, tipo passa montanhas, para esconder os rostos invadem a sua casa. Obrigam-no a entrar no veículo e levam-no para um destino desconhecido, e vê-se preso durante meses num pesadelo, com um nome diferente”, disse a presidente da Assembleia Geral, Annalena Baerbock.

Baerbock enfatizou que o direito internacional é muito claro no artigo 49.º da Convenção de Genebra, que proíbe a remoção forçada ou a deportação de crianças de territórios ocupados.

Ataques russos causaram cinco mortos

Entretanto, já na manhã desta quinta-feira, 4, as autoridades ucranianas denunciaram a morte de duas pessoas na região de Donetsk e três em Kherson na sequência de ataques russos durante a noite, que danificaram instalações de distribuição de energia em Odessa, no Mar Negro.

Duas das mortes ocorreram na cidade de Kostyantinivka, em Donetsk, localizada perto da linha da frente e que tem sido um dos objetivos das forças russas na região.

Em Kherson, na região que permanece sob controlo ucraniano, foram registadas três vítimas mortais.

A região de Kherson é dividida pelo rio Dnieper, sendo a margem oriental controlada pela Rússia e a margem ocidental pela Ucrânia.

As áreas próximas da linha da frente estão sob confrontos constantes de diversos tipos de artilharia, aparelhos aéreos não tripulados (drones), bombas aéreas e mísseis.

A infraestrutura danificada em Odessa foi alvo de ataques com drones de longo alcance lançados pelas Forças Armadas russas durante a noite contra o principal porto marítimo da Ucrânia.

A Ucrânia foi invadida pela Rússia em 2014, anexando a Península da Crimeia.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

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