ONU diz que há sete dias para resgatar sobreviventes. Turquia declara estado de emergência

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan declarou estado de emergência durante três meses nas 10 províncias do sudeste da Turquia atingidas pelo terramoto.

Um responsável da ONU declarou esta terça-feira que há apenas uma janela de sete dias para resgatar com vida as pessoas soterradas sob os escombros dos edifícios que ruíram após os sismos que atingiram a Síria e a Turquia.

"Esta estimativa é o resultado de inúmeras operações de salvamento em todo o mundo, embora sempre possam haver exceções e as vítimas possam aguentar um pouco mais de tempo", declarou o porta-voz do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Jens Laerke, ao fazer uma primeira avaliação da tragédia causada pelos sismos que atingiram a Turquia e a Síria na segunda-feira.

Para o resgate das vítimas, a ONU mobilizou equipas de avaliação de desastres e também equipas de busca e salvamento, compostas pelos melhores especialistas do mundo nestas tarefas, que já se estão a deslocar para a Turquia, segundo o OCHA.

Além disso, na segunda-feira chegaram a este país doze equipas enviadas por diversos países e prevê-se a chegada de outras 27 entre esta terça e quarta-feira.

"O grande desafio agora é o acesso por terra [para estas equipas e os seus equipamentos], já que muitas estradas da região foram destruídas pelos sismos", afirmou Laerke.

Outra dificuldade enfrentada é a falta de veículos para transportar os peritos internacionais, entretanto, as autoridades locais já estão a mobilizar camiões de outras províncias da Turquia para colmatar esta situação.

Paralelamente, o presidente turco declarou esta terça-feira estado de emergência durante três meses nas 10 províncias do sudeste atingidas pelo terramoto.

Recep Tayyip Erdogan disse que serão tomadas uma série de medidas de emergência para inundar as áreas afetadas com trabalhadores humanitários e ajuda financeira.

"Decidimos declarar estado de emergência para garantir que no osso trabalho (de resgate e recuperação) possa ser realizado rapidamente. Vamos concluir rapidamente os processos presidenciais e parlamentares relacionados com esta decisão, que abrangerá as nossas 10 províncias onde o sismo foi sentido e durará três meses", afirmou Erdogan.

O governo de Erdogan está sob crescente pressão nas redes sociais, onde os seus críticos entendem que a resposta ao maior terremoto da Turquia em quase um século está a ser lenta.


A maneira como Erdogan está a lidar com o maior desastre natural no seu governo de duas décadas pode ser crucial antes das eleições parlamentares e presidenciais de 14 de maio.

O primeiro terramoto ocorreu às 04:17 (01:17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia e próximo da fronteira norte da Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

O balanço das autoridades aponta, até ao momento, para mais de 5.000 mortos nos dois países.

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