Em fotografias e imagens dos incêndios em Los Angeles, no estado norte-americano da Califórnia, têm sido visíveis cenários como casas, carros e áreas de mato pintados de cor de rosa. Em causa está uma mistura química que tem sido lançada pelos aviões de combate aos fogos que tem como objetivo retardar o avanço das chamas. Segundo a Associated Press, trata-se de uma mistura de água e produtos químicos, como fertilizantes e sais, que, quando entram em contacto com o fogo, tornam as chamas menos intensas, fazendo com que os bombeiros ganhem tempo para controlar o incêndio e impedir que as chamas atinjam zonas povoadas.De acordo com a BBC, a cor da mistura funciona também como um auxílio visual para os pilotos de aviões e bombeiros. .Com o passar dos dias, os elementos da mistura química desbotam e assumem tons de castanho.Esta mistura é utilizada no combate a incêndios florestais nos Estados Unidos desde a década de 1960, apesar de em 2022 os ambientalistas terem entregue uma ação a apelar à suspensão da utilização do produto.O argumento dos ambientalistas é de que a mistura polui rios e pode provocar a morte de peixes e outros animais, além de não haver total certeza sobre a eficácia no controlo das chamas. Na altura, a Justiça decidiu que o governo dos Estados Unidos poderia continuar a utilizar a mistura, tendo a juíza responsável pelo caso entendido que a sua não utilização poderia causar ainda mais danos ambientais por causa dos incêndios. .Quase uma semana depois do início dos incêndios em Los Angeles, há 25 mortos confirmados e 23 desaparecidos e uma situação que permanece volátil, com ameaça de agravamento do vento e três fogos por controlar. O maior incêndio, em Pacific Palisades, está com um nível de contenção de apenas 14%, sendo o maior e mais destrutivo no condado, onde morreram oito pessoas. O fogo de Eaton, em Altadena (perto de Pasadena) está 33% contido numa altura em que já estão confirmadas 17 mortes. Em Sylmar, o fogo de Hurst é o que está mais próximo de ser controlado, com a contenção em 95%. . Há pelo menos 2.500 operacionais a combater os fogos em Los Angeles, o que inclui Guarda Nacional e bombeiros vindos do México e Canadá. Depois de alguma acalmia nos ventos de Santa Ana que fizeram deflagrar estes fogos, o condado está novamente sob aviso vermelho durante os próximos dois dias. "Condições climáticas críticas elevadas para incêndio continuarão até quarta-feira", avisou o chefe do Corpo de Bombeiros do Condado de Los Angeles, Anthony C. Marrone. "Esses ventos, combinados com baixa humidade, manterão a ameaça de incêndio em todo o Condado de Los Angeles muito alta."A chefe do Corpo de Bombeiros da cidade de Los Angeles, Kristin Crowley, garantiu que o departamento está focado em "conter os incêndios, salvar vidas e proteger propriedades". . O centro de operações de emergência anunciou que a cidade de Los Angeles está a trabalhar com a agência federal FEMA para abrir centros de recuperação de desastre que auxiliem os residentes afetados pelos fogos. Pelo menos 180 mil pessoas tiveram de se evacuar e muitas perderam as casas, estimando-se que 12.000 edifícios tenham ardido nos principais incêndios. O primeiro centro de recuperação vai abrir na quarta-feira, 15 de janeiro, no parque de investigação da Universidade UCLA. As estimativas apontam agora para prejuízos na ordem dos 250 mil milhões de dólares, podendo este tornar-se o pior incêndio da história da Califórnia em termos de número de estruturas ardidas e perdas económicas, segundo o meteorologista chefe da AccuWeather, Jonathan Porter.. O líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Mike Johnson, disse que as ajudas federais à Califórnia no rescaldo deste desastre vão depender de certas condições, algo que é incomum no Congresso, que habitualmente aprova ajuda de emergência sem condições aos estados afetados. .Há 25 mortos e 23 desaparecidos em Los Angeles com três grandes fogos por conter