O que é a mistura química atirada pelos aviões nos incêndios que tem criado cenários cor de rosa sobre as cinzas em Los Angeles?
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O que é a mistura química atirada pelos aviões nos incêndios que tem criado cenários cor de rosa sobre as cinzas em Los Angeles?

Em causa está uma mistura química que tem sido lançada pelos aviões de combate aos fogos que tem como objetivo retardar o avanço das chamas. Ambientalistas tentaram proibir a sua utilização em 2022.
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Em fotografias e imagens dos incêndios em Los Angeles, no estado norte-americano da Califórnia, têm sido visíveis cenários como casas, carros e áreas de mato pintados de cor de rosa.

Em causa está uma mistura química que tem sido lançada pelos aviões de combate aos fogos que tem como objetivo retardar o avanço das chamas. Segundo a Associated Press, trata-se de uma mistura de água e produtos químicos, como fertilizantes e sais, que, quando entram em contacto com o fogo, tornam as chamas menos intensas, fazendo com que os bombeiros ganhem tempo para controlar o incêndio e impedir que as chamas atinjam zonas povoadas.

De acordo com a BBC, a cor da mistura funciona também como um auxílio visual para os pilotos de aviões e bombeiros.

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Com o passar dos dias, os elementos da mistura química desbotam e assumem tons de castanho.

Esta mistura é utilizada no combate a incêndios florestais nos Estados Unidos desde a década de 1960, apesar de em 2022 os ambientalistas terem entregue uma ação a apelar à suspensão da utilização do produto.

O argumento dos ambientalistas é de que a mistura polui rios e pode provocar a morte de peixes e outros animais, além de não haver total certeza sobre a eficácia no controlo das chamas.

Na altura, a Justiça decidiu que o governo dos Estados Unidos poderia continuar a utilizar a mistura, tendo a juíza responsável pelo caso entendido que a sua não utilização poderia causar ainda mais danos ambientais por causa dos incêndios.

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Quase uma semana depois do início dos incêndios em Los Angeles, há 25 mortos confirmados e 23 desaparecidos e uma situação que permanece volátil, com ameaça de agravamento do vento e três fogos por controlar.

O maior incêndio, em Pacific Palisades, está com um nível de contenção de apenas 14%, sendo o maior e mais destrutivo no condado, onde morreram oito pessoas.

O fogo de Eaton, em Altadena (perto de Pasadena) está 33% contido numa altura em que já estão confirmadas 17 mortes. Em Sylmar, o fogo de Hurst é o que está mais próximo de ser controlado, com a contenção em 95%.

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Há pelo menos 2.500 operacionais a combater os fogos em Los Angeles, o que inclui Guarda Nacional e bombeiros vindos do México e Canadá. Depois de alguma acalmia nos ventos de Santa Ana que fizeram deflagrar estes fogos, o condado está novamente sob aviso vermelho durante os próximos dois dias.

"Condições climáticas críticas elevadas para incêndio continuarão até quarta-feira", avisou o chefe do Corpo de Bombeiros do Condado de Los Angeles, Anthony C. Marrone. "Esses ventos, combinados com baixa humidade, manterão a ameaça de incêndio em todo o Condado de Los Angeles muito alta."

A chefe do Corpo de Bombeiros da cidade de Los Angeles, Kristin Crowley, garantiu que o departamento está focado em "conter os incêndios, salvar vidas e proteger propriedades".

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O centro de operações de emergência anunciou que a cidade de Los Angeles está a trabalhar com a agência federal FEMA para abrir centros de recuperação de desastre que auxiliem os residentes afetados pelos fogos. Pelo menos 180 mil pessoas tiveram de se evacuar e muitas perderam as casas, estimando-se que 12.000 edifícios tenham ardido nos principais incêndios.

O primeiro centro de recuperação vai abrir na quarta-feira, 15 de janeiro, no parque de investigação da Universidade UCLA.

As estimativas apontam agora para prejuízos na ordem dos 250 mil milhões de dólares, podendo este tornar-se o pior incêndio da história da Califórnia em termos de número de estruturas ardidas e perdas económicas, segundo o meteorologista chefe da AccuWeather, Jonathan Porter.

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O líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Mike Johnson, disse que as ajudas federais à Califórnia no rescaldo deste desastre vão depender de certas condições, algo que é incomum no Congresso, que habitualmente aprova ajuda de emergência sem condições aos estados afetados.

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