Número de mortos em sismo na Turquia e na Síria ultrapassa os 7800

Na Turquia morreram 5894 pessoas e pelo menos 1932 na Síria.

Mais de 7800 pessoas morreram e pelo menos 19 mil ficaram feridas na Turquia e na Síria devido a dois sismos, um dos quais de magnitude 7,8 na escala de Richter, registados na segunda-feira.

Os sismos causaram ainda o desabamento de mais de 5.600 edifícios na Turquia. Equipas de resgate continuam as buscas por sobreviventes nos escombros, com os trabalhos a serem limitados por chuva, neve e descida das temperaturas.

Subiu para 7826 o número de mortos na Turquia e na Síria na sequência dos sismos que atingiram os dois países. O balanço mais recente indica que 5894 pessoas morreram na Turquia e pelo menos 1932 na Síria.

Mais de 7.800 pessoas foram resgatadas em 10 províncias turcas, de acordo com Orhan Tatar, alto funcionário da agência de gestão de desastres da Turquia.

Cerca de 25 mil pessoas, incluindo militares, estão a participar nos esforços de resgate, disse Orhan Tatar, que acrescentou que foram destinados 12,1 milhões de euros em fundos urgentes para as dez províncias mais afetadas.

A vice-presidência da Turquia indicou que mais de 300 mil pessoas desalojadas pelo sismo foram acolhidas em centros universitários, abrigos e residências estudantis.

A ONU estava a ajudar 2,7 milhões de pessoas no noroeste da Síria todos os meses, através de entregas transfronteiriças, que poderão agora ter de ser interrompidas.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, instou na segunda-feira a comunidade internacional a ajudar milhares de famílias atingidas, salientando que "muitas já necessitavam urgentemente de ajuda humanitária".

Dezenas de países já anunciaram que vão enviar ajuda, pessoal e equipamentos para ajudar nos esforços de resgate. Esta terça-feira foi a vez do Japão enviar uma equipa com 18 elementos, com a Coreia do Sul a prometer também enviar equipas de salvamento, assim como medicamentos.

A organização sem fins lucrativos chinesa Ramunion enviou um grupo de oito especialistas em operações de salvamento com experiência internacional, cuja chegada à Turquia está prevista para quarta-feira, avançou o jornal estatal chinês Global Times.

A Cruz Vermelha chinesa decidiu doar 200 mil dólares (186.300 euros) ao Crescente Vermelho Turco e Sírio, organização que irá receber ainda 10 milhões de dólares australianos (6,4 milhões de euros) da Austrália e 1,5 milhões de dólares neozelandeses (880 milhões de euros) da Nova Zelândia.

O tremor de terra ocorreu a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o sismo registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas, uma das quais de pelo menos 7,6.

Primeiros carregamentos de ajuda internacional chegaram à Síria

Os primeiros carregamentos de ajuda internacional chegaram esta terça-feira à Síria.

Aterraram em Damasco dois aviões iraquianos e um iraniano carregados de bens para os afetados pelos terramotos, os primeiros carregamentos da ajuda internacional recebidos pelo Governo sírio, segundo a agência de notícias oficial síria SANA.

Cada uma das duas aeronaves enviadas por Bagdad contém cerca de 70 toneladas de alimentos, materiais médicos e outra ajuda, com previsão de mais remessas, já que o país vizinho anunciou uma ponte aérea com essa finalidade, disse à SANA um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Osama Mahdi Ghanem.

Parte das áreas afetadas estão nas mãos do Governo de Bashar al Asad e outras pertencem à oposição, nas províncias de Idlib e norte de Aleppo. A estas últimas não se prevê a chegada da ajuda enviada durante a noite para o aeródromo da capital , controlado por Damasco.

Também esta terça-feira partirá para a Síria um comboio iraquiano com combustível, um bem escasso naquele país, que há vários meses sofre uma grave escassez de derivados de petróleo.

Segundo a agência de notícias oficial, também chegou ao Aeroporto Internacional de Damasco um avião do Irão, um dos principais aliados do governo sírio e que prometeu pelo menos outros dois carregamentos, que deveriam aterram diretamente nas províncias de Aleppo e Latakia, no noroeste, duas delas as mais afetados pelos terremotos.

"Esta aeronave transporta os primeiros lotes de ajuda humanitária fornecida pela República Islâmica do Irão e tem a bordo 45 toneladas de ajuda humanitária, incluindo cobertores, tendas, medicamentos, alimentos e outros mantimentos", disse à SANA o embaixador iraniano em Damasco, Mahdi Sobhani.

Diversos países de todo o mundo enviaram equipas para ajudar nos esforços de resgate, mas um dia após o terramoto, seguido de diversas réplicas, o número de equipas de emergência no terreno permanece pequeno, com os esforços travados pelas temperaturas frias e cerca de 200 tremores secundários, que dificultaram as buscas.

Na província de Hatay, a sudoeste do epicentro do principal terramoto, as autoridades dizem que cerca de 1.500 prédios foram destruídos e muitas pessoas relataram que familiares ficaram presos sob os escombros.

Nas áreas onde as equipas trabalhavam, aplausos ocasionais irromperam durante a noite enquanto os sobreviventes eram retirados dos escombros.

A organização de assistência médica Médicos Sem Fronteiras confirmou esta terça-feira que um dos seus funcionários estava entre os mortos, depois da sua casa, na província de Idlib, na Síria, ter desabado, e que outros perderam membros da família.

"Estamos muito chocados e tristes com o impacto deste desastre nas milhares de pessoas afetadas por ele, incluindo colegas nossos e suas famílias", disse Sebastien Gay, chefe da missão do grupo na Síria.

O responsável disse que as instalações de saúde no norte da Síria estavam sobrecarregadas com equipas médicas a trabalhar "24 horas por dia para responder ao grande número de feridos".

Na província de Hatay, na Turquia, milhares de pessoas abrigaram-se em centros desportivos ou salões de feiras, enquanto outras passaram a noite na rua, enroladas em cobertores à volta de fogueiras.

Um navio da Marinha atracou esta terça-feira no porto da província de Iskenderun, onde um hospital desabou, para transportar sobreviventes que precisam de cuidados médicos para a cidade vizinha de Mersin.

Notícia atualizada às 22:24

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