Norte-coreanos lançam mísseis sobre as águas da Coreia do Sul

A Coreia do Norte admitiu que os recentes lançamentos de mísseis balísticos são "medidas de retaliação" contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
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A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos de curto alcance em direção ao Mar Oriental na quinta-feira, disse Seul. Segundo as forças armadas sul-coreanas, os mísseis balísticos de curto alcance foram disparados da área de Samsok, em Pyongyang.

Os disparos ocorreram apenas dois dias após o lançamento do míssil balístico de alcance intermédio da Coreia do Norte sobre o Japão, o qual percorreu 4000 quilómetros e caiu no oceano Pacífico. São, admitiu a Coreia do Norte, "medidas de retaliação" contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que, após o lançamento deste míssil quiseram demonstrar a capacidade de dissuasão ao dispararem quatro mísseis no mar do Japão, tendo atingido alvos simulados.

Também resultado da atividade da Coreia do Norte, o porta-aviões USS Ronald Reagan deu meia volta e regressou às águas a leste da Coreia do Sul após a sua partida na semana passada.

O vaso de guerra norte-americano tinha estado a participar num exercício com a marinha sul-coreana e em exercícios que também envolveram o Japão.

Os lançamentos são "as justas medidas de retaliação do Exército Popular da Coreia contra os exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos que estão a aumentar as tensões militares na Península da Coreia", assinalou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte em comunicado.

Em relação ao disparo do míssil intermédio, é a primeira vez desde 2017 que a trajetória de um míssil norte-coreano inclui parte do território japonês, o que levou Tóquio a dizer estar perante "uma ameaça grave e iminente" à sua segurança, além do "claro e grave desafio à comunidade internacional".

No Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Rússia e a China demarcaram-se de uma condenação geral ao teste com um míssil balístico que sobrevoou o território do Japão.

Os restantes membros do Conselho de Segurança lembraram que o lançamento do míssil norte-coreano violou várias resoluções das Nações Unidas. Parte dos países pediu ainda medidas adicionais contra Pyonyang, que já está sujeito a fortes sanções internacionais.

Porém, a imposição de novas sanções parece impossível devido à posição da Rússia e da China que, em maio passado, já vetaram uma resolução nesse sentido, tendo hoje mantido a mesma linha de orientação.

A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, acusou a Rússia e a China de repetirem "o mito de que as provocações da Coreia do Norte são, de alguma forma, uma consequência das políticas e ações hostis dos Estados Unidos".

"Não toleraremos que nenhum país culpe as nossas ações defensivas para responder às ameaças da Coreia do Norte como a causa inerente dessas ameaças", sublinhou Thomas-Greenfiled, que lembrou que este ano Pyongyang já lançou 39 mísseis balísticos, um novo recorde.

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