O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reuniu esta terça-feira (5 de agosto) com o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), o tenente-general Eyal Zamir, para ouvir as suas propostas para a continuação da guerra na Faixa de Gaza. O encontro surgiu depois de vários dos aliados do chefe do Governo terem atacado o líder das IDF por este ser contra a ocupação total do enclave palestiniano - a solução que será a desejada por Netanyahu. No final do encontro de três horas, houve apenas uma curta declaração do gabinete do primeiro-ministro a confirmar a duração do mesmo e que foram apresentadas as opções. “As IDF estão preparadas para levar a cabo qualquer decisão tomada pelo Gabinete de Segurança”, indicaram, na única referência ao braço-de-ferro entre Netanyahu e o chefe do Estado-Maior e deixando claro que este irá cumprir com o que for decidido. .ONU alerta que a expansão de operações militares israelitas em Gaza seria “catastrófica".Além do primeiro-ministro e de Zamir estiveram no encontro o ministro da Defesa, Israel Katz, e o titular da pasta dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer. A reunião do Gabinete de Segurança, que os media israelitas tinham dito que era para ter acontecido esta terça-feira, foi adiada para mais tarde (provavelmente apenas esta quinta-feira, 7 de agosto). Nessa altura, Netanyahu deverá pedir luz verde para avançar com o plano escolhido. Apesar da oposição das IDF, que temem as consequências para os reféns, o primeiro-ministro vai mesmo avançar para o controlo total de Gaza (atualmente os israelitas controlam 75%). Segundo os media israelitas, que citam fontes anónimas, Netanyahu disse na reunião apoiar essa opção, mesmo se isso significar que os últimos reféns vivos em Gaza (serão 20 num total de 50) podem sofrer mais nas mãos do Hamas ou ser mortos. Depois de na segunda-feira um oficial ter dito ao site Ynet News, sob anonimato, que se Zamir não gostava do plano de Netanyahu que se devia demitir (aparentemente este terá deixado esta terça-feira claro que não o fará) antes da reunião as críticas foram mais diretas - em especial da extrema-direita. “O chefe do Estado-Maior deve dizer claramente que irá cumprir totalmente as ordens da liderança política, mesmo se esta decida avançar para a conquista total e um resultado claro”, escreveu o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, no X.O chefe da diplomacia israelita, Gideon Sa’ar, saiu contudo em defesa de Zamir - o que mostra a divisão que, segundo os media israelitas, existe dentro do Governo sobre a continuação da guerra. “O chefe do Estado-Maior tem que expressar a sua opinião profissional de forma clara e inequívoca à liderança política. Estou convencido que o fará”, indicou no X, dizendo que o líder militar não tem que clarificar a subordinação dos militares ao Governo. Quem também atacou Zamir foi o filho do primeiro-ministro, o podcaster Yair Netanyahu (que vive nos EUA). Em resposta a uma mensagem nas redes sociais sobre por que é que o tenente-general tinha sido escolhido - assumiu o cargo há cinco meses, sucedendo a Herzi Halevi -, Yair disse que a culpa era do ministro da Defesa, que tinha insistido nele. E alegou até que o chefe do Estado-Maior estaria a preparar um golpe contra o Governo do pai. Israel Katz, que visitou os militares na Faixa de Gaza, não respondeu ao filho de Netanyahu, mas parece ter respondido a Ben Gvir, dizendo que “as IDF vão cumprir a política do Governo”. E reiterou o objetivo da guerra: “desmantelar o Hamas em Gaza e, ao mesmo tempo, criar as condições ideais para o regresso de todos os reféns.”O próprio Netanyahu esteve num encontro com novos recrutas das IDF, antes da reunião, reiterando: “Ainda é necessário completar a derrota do inimigo em Gaza, libertar os nossos reféns e assegurar que Gaza nunca volta a ser uma ameaça para Israel. Nós não vamos desistir de nenhuma destas missões.”.Netanyahu já terá decidido pela “ocupação total da Faixa de Gaza”.Enviado de Trump passou cinco horas em Gaza para "elaborar plano para fornecer alimentos à população"