O momento em que os restos mortais chegaram ao Centro Nacional de Medicina Forense, em Telavive.
O momento em que os restos mortais chegaram ao Centro Nacional de Medicina Forense, em Telavive.EPA/ATEF SAFADI

Netanyahu acusa Hamas de violar acordo: grupo entregou restos mortais de um refém já antes recuperado

Ofir Tzarfati foi levado do festival Nova a 7 de outubro de 2023, tendo o seu cadáver sido resgatado por Israel logo em dezembro desse ano. Primeiro-ministro vai reunir gabinete de segurança.
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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou esta terça-feira o Hamas de violar o acordo de cessar-fogo, depois de descobrir que os restos mortais devolvidos pelo grupo terrorista palestiniano na terça-feira à noite não são de um novo refém, mas de Ofir Tzarfati, cujo corpo já tinha sido recuperado por Israel em dezembro de 2023.

"Após a conclusão do processo de identificação, verificou-se que, na noite passada, os restos mortais pertencentes ao refém morto Ofir Tzarfati – de memória abençoada, que tinha regressado da Faixa de Gaza numa operação militar há cerca de 2 anos – foram restituídos. A sua família foi notificada", escreveu o gabinete do primeiro-ministro no X.

"Isto constitui uma clara violação do acordo por parte da organização terrorista Hamas", acrescentou, indicando que Netanyahu reunirá com "os responsáveis ​​do setor de segurança para discutir as medidas de Israel em resposta às violações".

Ofir Tzarfati estava no festival Nova a celebrar os seus 27 anos quando foi levado pelo Hamas, nos ataques do 7 de outubro de 2023. Esta será a terceira vez que a sua família terá que o sepultar.

O seu corpo foi inicialmente recuperado por Israel em dezembro de 2023, numa operação militar na Faixa de Gaza. Em março de 2024, novos restos mortais foram identificados, tendo o caixão sido aberto numa segunda cerimónia fúnebre. Agora, voltará a ser reaberto.

Em comunicado, citado pelo jornal Jerusalem Post, a família Tzarfati expressou a esperança de que outra família pudesse finalmente terminar um capítulo agonizante de dois anos, com a recuperação de mais um corpo - o Hamas ainda não devolveu 13.

"Esta é a terceira vez que somos obrigados a abrir a campa de Ofir e a voltar a enterrar o nosso filho. O círculo supostamente 'fechou' em dezembro de 2023, mas nunca se fecha verdadeiramente", escreveu a família. "Desde então, vivemos com uma ferida que se reabre constantemente, entre a memória e a saudade, entre o luto e a missão."

A família fala de nova "decepção", ainda para mais porque viram um vídeo (terá sido filmado com um drone militar israelita) que mostra o Hamas a cavar uma sepultura, meter lá os restos do filho, e depois chamar a Cruz Vermelha para assistir à sua suposta recuperação. "Uma manipulação abominável destinada a sabotar o acordo e a abandonar os esforços para trazer todos os reféns para casa", refere o comunicado.

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