Navalny diz que mobilização de militares na reserva vai levar a uma "tragédia massiva"
Opositor do Kremlin diz que mobilização vai resultar "numa enorme quantidade de mortes" e acusou Putin de "enviar uma enorme quantidade de cidadãos russos para esta guerra".
Alexei Navalny, opositor do Kremlin que se encontra preso, diz que a mobilização parcial anunciada esta quarta-feira por Vladimir Putin vai levar uma "tragédia massiva".
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"Tudo isso levará a uma enorme tragédia e a uma enorme quantidade de mortes", declarou o principal opositor russo, que atualmente se encontra preso, durante uma audiência de um dos vários processos que enfrenta na Rússia, num vídeo divulgado pelos meios de comunicação russos.
"É claro que a guerra criminosa que atualmente ocorre só se agrava e aumenta, e Putin tenta envolver o maior número possível de pessoas", lamentou Navalny, empregando uma palavra proibida pelo Kremlin [guerra], que classifica a invasão da Ucrânia como uma "operação militar especial".
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Segundo Navalny, ao mobilizar 300.000 reservistas para fortalecer as tropas de Moscovo na Ucrânia, Vladimir Putin pretende "manchar as mãos [de sangue] de centenas de milhares de pessoas".
"Tudo é feito para que um único homem mantenha o seu poder (...) e o prolongue", lamentou o opositor, preso desde janeiro de 2021.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou esta quarta-feira uma "mobilização parcial" dos cidadãos do país, quando a guerra na Ucrânia está quase a chegar ao sétimo mês do conflito, numa mensagem dirigida à nação.
A medida, que já entrou em vigor, é justificada com a necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país.
Numa das primeiras reações da Ucrânia à mobilização parcial decretada pelo Presidente russo e noticiada pela agência de notícias ucraniana Ukrinform, Podolyak ironiza: "Ainda está tudo dentro dos planos, certo? A vida tem um grande sentido de humor".
O ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, anunciou hoje a mobilização de 300 mil reservistas e reconheceu que o país perdeu 5.937 soldados durante a campanha na Ucrânia iniciada em fevereiro.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, está pronta a utilizar "todos os meios" ao seu dispor para "se proteger", declarou Putin, que acusou o Ocidente de procurar destruir o país.