A Rússia e a Ucrânia anunciaram este domingo a troca de 100 soldados, 50 de cada um dos lados, aprisionados durante os combates em território ucraniano.."Foram repatriados 50 soldados [ucranianos] que estavam em perigo de vida em cativeiro", indicou, em comunicado, o Ministério da Defesa russo, adiantando que a libertação dos militares foi o resultado de "intensas negociações" realizadas nos últimos dias entre Moscovo e Kiev..Por outro lado, acrescentou o Ministério da Defesa da Rússia, os soldados russos serão transportados de avião para Moscovo para que possam cumprir um período de "reabilitação médica e psicológica"..Em Kiev, a Presidência da Ucrânia confirmou a libertação de meia centena de soldados ucranianos, entre eles 33 oficiais e 17 sargentos e soldados rasos, que foram detidos em locais como os arredores de Kiev, próximo da central nuclear de Chernobil ou na cidade portuária de Mariupol..Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, os dois beligerantes já trocaram milhares de prisioneiros de guerra..Em fins de dezembro, um tribunal ucraniano condenou quatro prisioneiros russos a 11 anos de prisão sob a acusação de crimes de guerra..O Kremlin nega categoricamente que os seus soldados tenham cometido crimes de guerra em território russo, nomeadamente nas regiões anexadas na Crimeia, enquanto Kiev pediu ao Ocidente a criação de um tribunal internacional para os julgar..A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)..Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento..A invasão russa -- justificada pelo Presidente Vladimir Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para as autoridades ucranianas e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo..A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.