Moscovo acusa Kiev de atacar central nuclear
A Rússia acusou esta segunda-feira as forças ucranianas de atacarem a maior central nuclear da Europa e fez um alerta sobre as potenciais "consequências catastróficas" para o continente.
O bombardeamento das instalações da central nuclear de Zaporizhzhia "por parte das Forças Armadas ucranianas é uma atividade potencialmente extremamente perigosa, que pode ter consequências catastróficas para uma vasta região, incluindo o território da Europa", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Já a Ucrânia acusa o exército russo de atacar as instalações da central nuclear.
Também esta segunda-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou que qualquer ataque contra uma central nuclear é um "ato suicida". Um alerta que surge depois de um novo bombardeamento que atingiu o complexo nuclear no sul da Ucrânia.
O ataque de sexta-feira levou o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, a alertar para um "risco muito real de desastre nuclear".
Em conferência de imprensa em Tóquio, Guterres condenou os ataques à central nuclear, sem responsabilizar nenhuma parte.
"Qualquer ataque contra uma central nuclear é um ato suicida. Espero que os ataques terminem e, ao mesmo tempo, espero que a AIEA consiga ter acesso ao local", afirmou.
As declarações do secretário-geral da ONU foram proferidas depois de visitar Hiroshima no fim de semana, onde discursou por ocasião do 77º aniversário do primeiro ataque com bomba atómica no mundo.
O português, de 73 anos, também fez uma dura advertência sobre os horrores das armas atómicas há uma semana em Nova Iorque, durante uma conferência do Acordo de Não Proliferação Nuclear (TNP).
A humanidade está "a apenas um mal-entendido, a um erro de cálculo da aniquilação nuclear", disse Guterres, antes de pedir ao mundo para se desfazer das armas nucleares, "a única garantia de que nunca serão utilizadas"