Ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha e Países Baixos prometem ajuda em visita a arredores de Kiev

Durante a visita a Bucha, a ministra alemã disse que "devemos responsabilizar os perpetradores" dos crimes de guerra cometidos na cidade. O governante dos Países Baixos recordou que o seu país está a ajudar a identificar os "responsáveis" pelos crimes cometidos durante a ocupação russa desta região de Kiev.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, e dos Países Baixos, Wopke Hoekstra, visitaram esta terça-feira os arredores de Kiev, onde os ucranianos acusam os russos de terem massacrado civis durante a ocupação desta região em março.

A ministra alemã começou a sua visita surpresa em Bucha, cidade onde foram descobertos centenas de cadáveres espalhados e muitos com as mãos atadas, e conversou com moradores desta localidade do noroeste da capital ucraniana, enquanto Wopke Hoekstra, publicou, na rede social Twitter, imagens suas na cidade de Irpin, onde a Ucrânia acusa os russos de um massacre, referindo ter ido àquele país "para reuniões com o Governo ucraniano e com a sua homóloga Annalena Baerbock".

Na sua visita a Bucha, a ministra alemã prometeu que a comunidade internacional irá responsabilizar os responsáveis pela morte de civis na cidade durante a guerra da Rússia e disse que "os piores crimes imagináveis" foram ali cometidos.

"Devemos às vítimas não apenas homenageá-las aqui, mas responsabilizar os perpetradores" dos crimes, defendeu Baerbock.

Baerbock é o primeiro membro do Governo alemão a ir à Ucrânia desde que a invasão russa começou, no final de fevereiro.

A viagem aconteceu dias depois de Berlim e Kiev deixarem de lado uma discussão diplomática sobre a relutância da Ucrânia em convidar o Presidente alemão para ir ao país por causa das suas relações anteriores com a Rússia.

Baerbock visitou Bucha juntamente com o procurador-geral da Ucrânia.

"Ninguém pode tirar a dor [dos sobreviventes]", admitiu a ministra alemã, acrescentando, no entanto, que "se pode garantir que é feita justiça".

Em Irpin, o ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês recordou que os Países Baixos estão a ajudar a identificar os "responsáveis" pelos crimes cometidos durante a ocupação russa desta região de Kiev, em março, nomeadamente "com contribuições financeiras para as investigações" em curso e "o destacamento de uma equipa de ciência forense".

"As casas e prédios bombardeados ilustram o impacto da guerra na vida dos homens, mulheres e crianças que vivem aqui", acrescentou Hoekstra.

O ministro dos Países Baixos deverá reunir-se, ao final do dia, com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, e depois com o Presidente, Volodymyr Zelensky, segundo um porta-voz do ministério neerlandês.

Durante a sua visita, o ministro também deverá reabrir "oficialmente" a embaixada holandesa em Kiev, disse a mesma fonte.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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