Ministro Paulo Rangel anuncia encerramento temporário da embaixada de Portugal em Kiev devido a possível ataque russo
Paulo Rangel admitiu hoje que há motivos para "preocupações sérias", um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado um decreto que revê a doutrina nuclear da Rússia, alargando as possibilidades de utilização deste tipo de armamento, depois da decisão do presidente dos Estados Unidos cessante, Joe Biden, de autorizar as forças ucranianas a usar mísseis norte-americanos de longo alcance em solo russo.
"A preocupação com a situação geopolítica é grande e é grande em todos os Estados que sejam Estados responsáveis", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Questionado sobre a hipótese colocada por alguns países nórdicos, que estão a alertar as populações para se preparar para o pior, considerou que essa é uma decisão de cada país, acrescentando que neste momento, no caso de Portugal, "não há nenhuma razão que o justifique".
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que as minas terrestres antipessoais fornecidas por Washington a Kiev, sob críticas de várias organizações não-governamentais (ONG), são "muito importantes" para travar o avanço do exército russo no leste do país.
O líder ucraniano congratulou-se com o fornecimento de uma nova parcela de ajuda militar norte-americana, que inclui minas antipessoais terrestres "muito importantes (...) para travar os ataques russos", à medida que o exército de Moscovo avança contra as tropas ucranianas, menos numerosas e menos bem armadas.
Na terça-feira, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou a doação à Ucrânia de pelo menos 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas.
Várias ONG criticaram a decisão dos Estados Unidos, qualificando-a de "injustificável" e sublinhando as consequências destas armas proibidas internacionalmente para os civis, a longo prazo, apesar de se destinarem a travar o avanço russo em território ucraniano.
Enterradas ou escondidas no solo, as minas antipessoais explodem quando alguém se aproxima ou entra em contacto com elas, causando frequentemente mutilações ou mesmo a morte.
As minas "não distinguem entre soldados e civis" e continuam a explodir muito depois de terem sido colocadas, podendo afetar agricultores ou crianças, lamentou Alma Taslidzan, da ONG Handicap International, em entrevista à agência noticiosa francesa AFP.
Cerca de 164 Estados e territórios, incluindo a Ucrânia, assinaram a Convenção de Otava de 1997 sobre a proibição e eliminação das minas antipessoais, mas nem a Rússia nem os Estados Unidos ratificaram a convenção.
O exército russo tem utilizado estes explosivos "extensivamente" em território ucraniano desde a invasão em larga escala em fevereiro de 2022, com "pelo menos 13 tipos de minas antipessoais implantadas", segundo um relatório publicado hoje pelo Landmine Monitor.
O Canadá fechou hoje temporariamente a sua embaixada na Ucrânia após as autoridades norte-americanas terem alertado para um ataque aéreo em grande escala da Rússia, o que levou outras representações diplomáticas ocidentais em Kiev, incluindo a portuguesa, a encerrar.
"A embaixada do Canadá em Kiev suspendeu temporariamente os seus serviços ao público devido à situação de segurança", revelou o Governo canadiano numa mensagem publicada no seu 'site' oficial, justificando com "informações específicas sobre um possível ataque aéreo substancial", de acordo com dados de Washington.
Além do Canadá, os Estados Unidos, Portugal, a Espanha, a Itália e a Grécia adotaram a mesma medida.
O Presidente do Brasil, Lula da Silva, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, renovaram hoje em Brasília os apelos para o fim da guerra na Ucrânia e para a criação de um Estado palestiniano no Médio Oriente.
Lula da Silva recebeu hoje na capital brasileira, com honras de Estado, o Presidente chinês, Xi Jinping, com quem debateu uma extensa agenda bilateral e o panorama global após a sua participação na cimeira do G20 (grupo das 20 maiores e emergentes economias do mundo), que decorreu esta semana no Rio de Janeiro.
Xi Jinping afirmou, ao lado do Presidente brasileiro, que "o mundo está longe de ser um lugar pacífico".
"Só quando abraçarmos as questões de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável é que trilharemos um caminho de segurança universal", frisou o líder chinês.
Sobre o conflito na Ucrânia, o Presidente chinês disse já ter enfatizado várias vezes que não existe uma solução simples para um assunto complexo.
"China e Brasil emitiram os entendimentos comuns sobre uma resolução política para a crise na Ucrânia e criaram o Grupo de Amigos da Paz sobre a crise na Ucrânia junto com os outros países do Sul global. Devemos reunir mais vozes que defendem a paz e procurem viabilizar uma solução política da crise na Ucrânia", declarou Xi Jinping.
Por sua vez, Lula da Silva destacou que num "mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar".
O Presidente brasileiro sustentou também que o mundo "nunca vencerá a fome no meio de guerras".
Xi Jinping falou ainda no conflito em curso na Faixa de Gaza, avaliando que a situação humanitária naquela região continua a deteriorar-se e que "os efeitos de contágio" estão a ampliar-se e que a segurança regional está "gravemente afetada".
"Estamos profundamente preocupados e a comunidade internacional tem de ter um maior empenho. Para resolver a crise atual é preciso focar na Palestina, que é a causa de raiz [do conflito]", disse o líder chinês.
"Apelamos para um cessar-fogo imediato, assistência humanitária garantida, e a implementação da solução de dois Estados [Palestina e Israel] e esforços incessantes para uma solução abrangente, justa e duradoura na questão palestiniana", acrescentou.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou "temporariamente e por alguns dias", mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.
"A nossa embaixada funcionou hoje regularmente até às 15:00 locais e, entretanto, nós tomámos a decisão de que ela não abriria amanhã, eventualmente também não nos próximos dias, com uma avaliação permanente da situação. Portanto, há um encerramento, mas um encerramento temporário", afirmou Paulo Rangel, em declarações em São Paulo, à margem de uma visita com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, à Casa de Portugal.
O ministro salientou que "não se pode criar a ideia" de que Portugal está a retirar as pessoas de Kiev, salientando que estes encerramentos temporários aconteceram "dezenas, se não centenas de vezes" ao longo dos mil dias da guerra na Ucrânia.
Os serviços secretos sul-coreanos confirmaram esta quarta-feira um aumento do envio de armas norte-coreanas para a Rússia para serem utilizadas na guerra contra a Ucrânia.
A informação foi dada pelo Serviço Nacional de Informações à Comissão de Informações da Assembleia Nacional, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Os serviços secretos precisaram que a Coreia do Norte enviou para a Rússia artilharia de longo alcance, incluindo obuses autopropulsados de 170 milímetros (mm) e lançadores múltiplos de foguetes de 240 mm.
A confirmação surge dias depois de analistas independentes terem identificado um canhão de artilharia autopropulsado norte-coreano a ser transportado por comboio perto da cidade russa de Krasnoyarsk, na Sibéria, segundo a agência espanhola EFE.
O canhão é um sistema designado pelos militares dos Estados Unidos como M-1989 Koksan e tem um calibre de 170 mm e um alcance efetivo de cerca de 50 quilómetros, o que serviria de apoio à artilharia pesada russa.
A medida surge depois de militares norte-coreanos enviados para território russo terem começado a envolver-se em confrontos com tropas ucranianas, juntamente com as forças russas, segundo a Yonhap, citada pela agência espanhola Europa Press.
"Do ponto de vista prático, não estamos a fazer nada de novo. Mas agora formalizamos esta decisão porque, enquanto nas outras ocasiões nós conseguíamos prever qual era o dia exato em que iríamos reabrir, aqui temos mesmo que fazer uma monitorização dia a dia", afirmou.
Até ao encerramento da embaixada, não existia, segundo o ministro "nenhum nível de ameaça, embora tenha havido uma mudança importante na situação geopolítica".
"Hoje, depois de terminar o expediente, os funcionários foram para casa e, entretanto, já receberam a instrução de que a embaixada estará temporariamente - e este temporariamente pode ser muito poucos dias - sem abrir", disse.
As embaixadas dos Estados Unidos, Espanha, Itália e Grécia na Ucrânia encerraram hoje ao atendimento após a representação norte-americana ter alertado para a possibilidade de um ataque significativo contra Kiev nas próximas horas.
A Embaixada de Portugal em Kiev esteve hoje aberta, mas o encerramento pode ser decidido a qualquer momento em função da avaliação da situação de segurança na capital ucraniana, disse à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
As embaixadas dos Estados Unidos, Espanha, Itália e Grécia na Ucrânia encerraram hoje ao atendimento após a representação norte-americana ter alertado para a possibilidade de um ataque significativo contra Kiev nas próximas horas.
No entanto, a Embaixada de Portugal "esteve em funcionamento com expediente normal", segundo fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"Está tudo em avaliação e o encerramento pode ser decidido a qualquer momento, se a situação justificar", acrescentou.
A Embaixada dos Estados Unidos indicou que "recebeu informações precisas sobre um possível ataque aéreo significativo no dia 20 de novembro", segundo o portal da representação diplomática.
"Como medida de precaução, a Embaixada vai ser encerrada e os funcionários da embaixada são aconselhados a procurar abrigo em caso de ataque", referiu a mesma nota, recomendando aos cidadãos dos Estados Unidos na Ucrânia para procurarem abrigo em caso de alerta de ataque aéreo.
A mesma medida foi seguida por Espanha, Itália e Grécia, um dia depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado um decreto que revê a doutrina nuclear da Rússia, alargando as possibilidades de utilização deste tipo de armamento.
Nuno Melo, ministro da Defesa, advogou hoje o reforço do contributo nacional para o pilar europeu da NATO "não por causa de Trump mas por causa de Putin" e perante uma Rússia "que já funciona em economia de guerra".
"Para conseguirmos estar do lado certo da História, do lado dos nossos aliados, na defesa desses valores, temos de assumir as responsabilidades que nos são pedidas, em favor da segurança coletiva, reforçando o contributo nacional para o pilar europeu da Aliança Atlântica", defendeu Nuno Melo, que falava no encerramento do congresso da Associação de Auditores de Cursos de Defesa Nacional 2024, que decorreu na Academia Militar, na Amadora, Lisboa.
Nuno Melo alertou para estimativas que apontam que "o investimento russo em Defesa para 2025 deverá ultrapassar a globalidade do investimento dos 27 países-membros da União Europeia".
"Isso deve fazer-nos refletir a todos, ponderado que a Rússia funciona já em modo de economia de guerra", avisou.
Neste contexto, continuou o governante, tal significa a obrigação também de Portugal de investir mais em Defesa "não por causa de Trump, mas por causa de Putin", citando o nome indicado para o cargo de comissário para a Defesa e o Espaço, o ex-primeiro ministro lituano, Andrius Kubilius.
Nuno Melo defendeu as medidas já adotadas pelo atual Governo PSD/CDS-PP para os militares das Forças Armadas, e realçou que Portugal decidiu ainda "reforçar o papel que lhe compete na NATO", antecipando para 2029 o objetivo de chegar aos 2% do Produto Interno Bruto em despesas militares.
"Não obstante, recordaria também as declarações de há três dias do Secretário-Geral da NATO, que, expressando certamente o sentimento dos aliados, adverte que 2% é já uma meta porventura ultrapassada, e para isso indica valores superiores a 3%", advertiu.
O esforço de Portugal, continuou, deverá ser feito "junto dos aliados", até para "reforço da credibilidade" do país, "tendo obviamente também necessariamente em conta todas as contingências orçamentais".
"Mas é bom que percebamos o caminho e para onde o mundo, no plano político, também nos vai conduzindo", acrescentou.
A Ucrânia acusou esta quarta-feira a Rússia de estar a realizar uma operação de guerra psicológica de grande escala e criticou o encerramento temporário de várias embaixadas ocidentais por receio de um ataque russo.
"O país terrorista [a Rússia] está a levar a cabo um ataque massivo de informação e psicológico contra a Ucrânia", afirmaram os serviços de informações militares ucranianos (GUR) num comunicado citado pela agência francesa AFP.
O GUR aludiu a mensagens falsas que circulam nas redes sociais e atribuídas aos serviços secretos militares, indicando um risco acrescido de ataques russos.
As embaixadas dos Estados Unidos, Espanha, Itália e Grécia encerraram hoje ao público depois de a representação norte-americana ter alertado para a possibilidade de um ataque significativo contra Kiev nas próximas horas.
A decisão das embaixadas foi criticada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, que apelou aos ocidentais para que não alimentem o clima de tensão no país.
"A ameaça de ataques (...) tem sido, infelizmente, uma realidade diária para os ucranianos há mais de mil dias", afirmou o ministério num comunicado, aludindo à passagem, na terça-feira, do milésimo dia da guerra.
"Neste 1.001.º dia da invasão em grande escala, a ameaça dos bombardeamentos russos é tão relevante como nos 1.000 dias anteriores", disse a diplomacia ucraniana, segundo a agência espanhola EFE.
O ministério reiterou que esperava que os aliados da Ucrânia reagissem hoje como desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
Acrescentou que estava em contacto permanente com os parceiros sobre potenciais riscos de segurança e pediu a todas as pessoas que prestassem atenção aos alarmes de ataque aéreo e, em caso de perigo, se dirigissem aos abrigos antiaéreos como sempre.
As tropas russas infligiram pesadas baixas às tropas ucranianas que ocupam parte da região russa de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, desde o início de agosto, anunciou esta quarta-feira o Ministério da Defesa da Rússia.
Nas últimas 24 horas, o exército ucraniano sofreu mais de 400 baixas, entre mortos e feridos, disse o ministério num relatório operacional citado pela agência espanhola EFE.
O ministério anunciou também que as forças ucranianas perderam seis veículos de combate de infantaria, incluindo um Marder de fabrico alemão, e várias armas.
"A liquidação de um agrupamento das Forças Armadas ucranianas cercado na área de Olgovskaya Roscha foi concluída", disse o ministério.
Olgovskaya Roscha é uma floresta situada a cerca de 10 quilómetros a norte da fronteira com a Ucrânia.
As tropas russas, com apoio de artilharia e aviação, também atacaram as posições das forças ucranianas perto de várias localidades.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, desde o início dos combates na região de Kursk, o exército ucraniano sofreu cerca de 34.400 baixas, incluindo mortos e feridos.
Também perdeu 215 tanques, 147 veículos de combate de infantaria, 120 transportes blindados e outro material de guerra.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais queixaram-se de que a Rússia enviou até 10.000 soldados norte-coreanos para a região de Kursk.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a proteção de todas as instalações de infraestruturas críticas, incluindo a ponte da Crimeia, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov.
"As nossas forças armadas estão a tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar a segurança de todas as infraestruturas críticas, incluindo a ponte [da Crimeia]", disse Peskov aos jornalistas, citado pela agência oficial russa TASS.
A Ponte da Crimeia sofreu ataques em outubro de 2022 e em julho de 2023, que a Rússia atribuiu às forças ucranianas.
Questionado sobre um relatório acerca de potenciais ataques ucranianos com mísseis ocidentais de longo alcance no Estreito de Kerch, Peskov disse que Putin "deu instruções para o efeito há muito tempo".
O Estreito de Kerch liga os mares Negro e de Azov, entre a Crimeia e Krasnodar, na Rússia.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, alertou hoje para um possível agravamento da guerra na Ucrânia, depois de Washington ter autorizado Kiev a utilizar mísseis norte-americanos contra território russo, situação que descreveu como "grande erro".
"Esta decisão de [Joe] Biden não só vai levar a uma escalada do conflito, mas também a uma reação mais forte da Rússia", disse Erdogan aos jornalistas no regresso da cimeira do G20 que decorreu no Brasil.
"Tudo isto pode levar a região e o mundo à beira de outra 'Grande Guerra'", acrescentou, manifestando a esperança de que Moscovo e Kiev não venham a ceder às provocações.
"O mais pequeno passo em falso no quadro deste grande erro pode deitar mais 'lenha para a fogueira'", sublinhou.
Espanha, Itália e Grécia seguiram o exemplo dos EUA e encerraram temporariamente as suas embaixadas em Kiev.
À CNN International, a embaixada da Grécia disse esta quarta-feira que tomou a decisão devido a "razões de segurança". Já Madrid decidiu encerrar termporariamente a representação diplomática na capital ucraniana após receber informações de um potencial grande ataque aéreo, segundo a EFE.
"A embaixada dos EUA em Kiev partilhou informações no seu site sobre um possível ataque aéreo de alta intensidade hoje, 20 de novembro. Por precaução, a embaixada da Itália em Kiev permanecerá hoje fechada ao público", informou a representação diplomática italiana em Kiev.
A embaixada italiana estará, no entanto, operacional.
A presidência russa (Kremlin) descreveu esta quarta-feira como risível e absurdo acusar a Rússia de ter danificado dois cabos de telecomunicações no Mar Báltico nos últimos dias.
"Isto é ridículo, dada a falta de reação às atividades de sabotagem da Ucrânia no Mar Báltico", ironizou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, referindo-se à sabotagem dos gasodutos Nord Stream em 2022, que Moscovo atribuiu a Kiev.
A Ucrânia sempre negou qualquer envolvimento no caso dos gasodutos, mas a justiça alemã emitiu um mandado de captura europeu para um instrutor de mergulho ucraniano suspeito de envolvimento na sabotagem.
O envolvimento do Estado ucraniano não foi confirmado até agora pelas múltiplas investigações em curso.
Referindo-se aos dois cabos de telecomunicações danificados em 48 horas no Mar Báltico, Peskov afirmou que "é absurdo continuar a acusar a Rússia de tudo, sem qualquer fundamento".
O "C-Lion1", um cabo submarino de 1.172 quilómetros que liga a capital finlandesa Helsínquia a Rostock, um porto do Mar Báltico no nordeste da Alemanha, foi rompido na segunda-feira, de acordo com o grupo tecnológico finlandês Cinia.
No domingo de manhã, outro cabo de telecomunicações, o "Arelion", que liga a ilha sueca de Gotland à Lituânia, foi igualmente danificado.
Os europeus não hesitaram em voltar a atenção para a Rússia, que, segundo têm afirmado, está a travar "uma guerra híbrida", no quadro da ofensiva de Moscovo na Ucrânia.
A Rússia acusou esta quarta-feira os Estados Unidos de pretenderem prolongar a guerra ao intensificarem o fornecimento de armas a Kiev, pouco depois de meios de comunicação social terem noticiado que Washington tinha entregue minas terrestres antipessoais à Ucrânia.
"Os Estados Unidos estão totalmente empenhados em prolongar a guerra na Ucrânia e estão a fazer tudo o que podem para esse fim", disse o porta-voz do Kremlin.
Apesar da acusação, Dmitri Peskov, ressalvou que não podia ainda confirmar que Washington estaria a fornecer a Kiev minas terrestres antipessoais.
Nas últimas horas, os portais do jornal britânico Guardian e do norte-americano Washington Post publicaram notícias sobre a decisão do Presidente norte-americano Joe Biden sobre o envio de minas terrestres militares para a Ucrânia.
Na terça-feira, O Departamento da Defesa dos Estados Unidos anunciou que vai doar à Ucrânia pelo menos 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas.
O presidente russo estará disponível para negociar um cessar-fogo na Ucrânia com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, segundo avança esta quarta-feira a Reuters, que cita cinco antigos e atuais funcionários do Kremlin.
Vladimir Putin rejeita, no entanto, fazer grandes concessões territoriais e continua a insistir que a Ucrânia deve abandonar a ambição de se tornar membro da NATO.
De acordo com a agência de notícias, o presidente russo poderá aceitar congelar o conflito ao longo das linhas da frente e poderá também estar disponível para a negociação sobre a divisão exata de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, regiões que Moscovo considera fazerem parte do território russo.
A Reuters indica ainda, segundo as fontes, que a Rússia poderá estar disponível para retirar as suas tropas de algumas zonas de territórios que ocupou, nomeadamente nas regiões de Kharkiv e Mykolaiv, no norte e no sul da Ucrânia.
O presidente russo aprovou mudanças na doutrina nuclear do seu país, alargando o leque de ataques que podem justificar uma resposta nuclear de Moscovo. Mas de que arsenal militar estamos a falar, quem podem dar ordem para o usar e quem mais tem armas nucleares?
Um cidadão alemão, acusado de sabotagem em locais de infraestruturas energéticas na Rússia, foi detido na região de Kaliningrado.
Nikolai Gaidouk, cidadão alemão nascido em 1967, "esteve envolvido na explosão de março de 2024 numa estação de distribuição de gás" em Kaliningrado, afirmou hoje o Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo), num comunicado citado pelas agências de notícias russas.
Os serviços de segurança acusaram Gaidouk de ter tentado entrar na Rússia, vindo da Polónia, "para organizar atos de sabotagem na infraestrutura energética local".
Residente em Hamburgo, no norte da Alemanha, Gaidouk foi detido à entrada na Rússia, num posto fronteiriço em Kaliningrado, enclave russo às portas da União Europeia, de acordo com a mesma fonte.
Meio litro de líquido explosivo foi apreendido durante a inspeção ao automóvel que conduzia, referiu o FSB.
De acordo com os meios de comunicação locais, o explosivo estava escondido numa caixa de champô.
"Ficou estabelecido que o senhor Gaidouk recebeu a ordem de provocar uma explosão e os componentes de um engenho explosivo improvisado do cidadão ucraniano" Alexander Jorov, que também vive em Hamburgo, disse o FSB.
Foi aberta uma investigação por ataque e tráfico de explosivos contra Gaidouk, que se encontra em prisão preventiva, acrescentou o comunicado.
A China apelou esta quarta-feira à calma e à contenção, na sequência da assinatura pelo presidente russo, Vladimir Putin, de um decreto que alarga as suas opções para a utilização de armas nucleares.
"Nas atuais circunstâncias, todas as partes devem manter a calma e usar de contenção e trabalhar em conjunto através do diálogo e consultas para aliviar as tensões", disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa.
"A posição da China, que encoraja todas as partes a desanuviar as tensões (...) e a empenhar-se numa resolução política da crise ucraniana, mantém-se inalterada", acrescentou o porta-voz.
No milésimo dia da sua ofensiva contra a Ucrânia, Vladimir Putin assinou na terça-feira um decreto que alarga o âmbito da utilização de armas nucleares, pouco depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance de fabrico norte-americano.
As autoridades ucranianas confirmaram esta quarta-feira que a Rússia tem mísseis balísticos e de cruzeiro preparados para lançar um grande ataque contra a Ucrânia, depois de a embaixada dos EUA em Kiev ter suspendido as suas atividades.
"Deixem-me lembrar que os russos acumulam mísseis há meses para uma série de ataques contra a Ucrânia", disse o chefe do Centro de Contra a Desinformação do Conselho Nacional de Defesa e Segurança da Ucrânia, Andri Kovalenko, que explicou que os mísseis são, designadamente, Kh-101, Kalibr e mísseis balísticos.
Kovalenko acrescentou que a Rússia também tem navios e aviões prontos para atingir a Ucrânia, mas alertou que a situação não é nova. "Isso já tinha sido noticiado antes", disse, numa publicação nas redes sociais.
Os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia minas antipessoais, para reforçar a defesa do país contra a invasão lançada pela Rússia, disse um dirigente governamental norte-americano.
A decisão surgiu horas após fontes do Pentágono terem dito que os EUA vão enviar para a Ucrânia 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas, antes de Donald Trump tomar posse como Presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro de 2025.
Moscovo respondeu ao lançamento de mísseis dos EUA no seu território com uma nova doutrina nuclear. Uma iniciativa criticada e minimizada por Bruxelas, Washington e Londres.
Os EUA decidiram, por precaução, fechar temporariamente a embaixada norte-americana em Kiev depois de terem recebido "informações específicas de um potencial ataque aéreo significativo, a 20 de novembro".
"Por precaução, a embaixada será fechada, e os funcionários da embaixada estão a ser instruídos a se abrigarem no local", declarou o Departamento de Assuntos Consulares de Estado dos EUA numa mensagem publicada na rede social X.
"A embaixada dos EUA recomenda que os cidadãos norte-americanos estejam preparados para se abrigar imediatamente caso um alerta aéreo seja anunciado", lê-se ainda na nota.