Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel diz que estão a minar a capacidade de o país se defender.
Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel diz que estão a minar a capacidade de o país se defender. Foto: Abir Sultan / EPA

Ministro israelita critica Europa e alerta para “segundo Holocausto”

Declarações do líder da diplomacia de Telavive foram feitas no dia em que Netanyahu anunciou a morte do líder do Hamas.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita afirmou, esta quarta-feira, que o país está a viver uma época “em que o antigo desejo de eliminar o povo judeu se tornou mais forte”. Críticas que surgem numa altura em que tradicionais aliados de Telavive, como Itália ou a Alemanha, se juntaram ao grupo de países europeus que pedem o fim dos ataques israelitas em Gaza.

Falando numa conferência sobre antissemitismo em Jerusalém, Gideon Sa’ar disse ainda que organizações como o Tribunal Penal Internacional, que emitiu um mandado de captura contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por alegados crimes de guerra em Gaza, bem como apelos para impor um embargo de armas a Israel, estão a minar a capacidade do país de se defender. “Remover o direito e a capacidade de Israel se defender só pode significar uma coisa: um segundo Holocausto”, acusou.

Estas declarações foram feitas no dia em que a Itália se juntou ao grupo de países tradicionalmente defensores de Israel, mas que, face à situação humanitária em Gaza, vieram a público exigir o fim dos combates. “A reação legítima do governo israelita a um ato terrível e sem sentido de terrorismo está infelizmente a assumir formas absolutamente dramáticas e inaceitáveis, que pedimos a Israel que pare imediatamente”, disse esta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, reforçando que “os bombardeamentos devem terminar, a assistência humanitária deve ser retomada o mais rapidamente possível e o respeito pelo Direito Internacional Humanitário deve ser restaurado”.

O mesmo já tinha acontecido esta semana com a Alemanha, outro grande defensor de Israel na Europa, através do seu chanceler, Friedrich Merz. “Os ataques militares maciços dos israelitas na Faixa de Gaza já não revelam qualquer lógica para mim, como servem o objetivo de confrontar o terror”, disse Merz.

Esta quarta-feira ficou também marcada pelas declarações de Benjamin Netanyahu, que anunciou que Israel matou Mohammed Sinwar, considerado o líder do Hamas em Gaza. Segundo relatos dos media israelitas, um ataque militar, realizado no passado dia 13 em Khan Yunis, teve como alvo Mohammed Sinwar, irmão de Yahya Sinwar, o líder supremo do Hamas, morto em outubro de 2024, em Gaza.

Esta informação até ao final desta quarta-feira ainda não tinha sido confirmada pelo grupo terrorista palestiniano, que, no entanto, revelou ter chegado a um acordo com o enviado dos Estados Unidos Steve Witkoff sobre “uma estrutura geral que garantirá um cessar-fogo permanente” em Gaza, admitindo libertar 10 reféns “em troca da libertação de um número acordado de prisioneiros palestinianos, garantida pelos mediadores”.

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