O plano da Marinha dos EUA para conter a China está a naufragar — e não é por falta de investimento. A ambiciosa aposta em desenvolver uma frota de embarcações navais não tripuladas enfrenta obstáculos técnicos e operacionais significativos, noticia a agência Reuters, que teve acesso exclusivo a detalhes do programa.Segundo a agência noticiosa, recentes testes ao largo da Califórnia evidenciaram falhas preocupantes. Num dos incidentes, um barco drone imobilizou-se devido a um problema de software, acabando por ser abalroado por outra unidade autónoma, que passou por cima do convés antes de cair ao mar. Noutro episódio, uma embarcação de apoio virou-se quando o drone que rebocava acelerou de forma súbita, atirando o capitão borda fora.As autoridades militares norte-americanas veem estas plataformas como peças-chave para futuras operações no Indo-Pacífico, inspiradas em parte no uso de drones navais pela Ucrânia. Só que ao contrário dos modelos ucranianos, controlados remotamente e de menor custo, os EUA pretendem desenvolver sistemas totalmente autónomos, cujo preço por unidade ascende a milhões de dólares.O projeto, que já recebeu um investimento de quase cinco mil milhões de dólares (cerca de 4,29 mil milhões de euros) ao abrigo da atual administração, continua a ser encarado pelo Pentágono como uma prioridade estratégica. Mas os percalços acumulam-se — e os especialistas citados pela Reuters alertam que a integração segura e fiável destas tecnologias poderá levar mais tempo do que o inicialmente previsto.Apesar das dificuldades, a Marinha dos EUA mantém o calendário de testes e planeia expandir as operações para outras zonas costeiras nos próximos meses. Fontes militares indicam que novas versões dos drones estão em desenvolvimento, com melhorias nos sistemas de navegação e protocolos de segurança, numa tentativa de recuperar a confiança no programa.