Milei volta a atacar Pedro Sánchez, o “bandido local”, em Madrid
Javier Milei, presidente da Argentina, voltou a provocar polémica em Espanha ao encerrar o Fórum Económico de Madrid com um discurso onde atacou frontalmente o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, a quem chamou “bandido local”.
Segundo o jornal espanhol ABC, Milei entrou em palco ao som de “Yo soy el león” (Eu sou o leão), da banda argentina La Renga, e não demorou a lançar os seus dardos ideológicos. “Viva a liberdade, car*! Morte ao socialismo!”, gritou do púlpito, levantando a multidão presente na sala, que respondeu em coro com insultos dirigidos a ao primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, para gáudio do próprio Milei, no mesmo palco onde, há pouco mais de um ano, o líder argentino apelidou Begoña Gómez, esposa de Sánchez, de "corrupta", durante um evento de campanha do Vox. Na altura, isso provocou um grave incidente diplomático entre os dois países, com Espanha a mandar retirar temporariamente a sua embaixadora de Buenos Aires.
"Precisamos de ti aqui!", gritaram-lhe várias pessoas desde plateia, relata o jornal ABC. "Saibam que, contra esses socialistas de m*, eu sempre estarei do vosso lado", retorquiu.
Durante o evento, Milei elogiou os seus próprios resultados económicos, sublinhando a redução da inflação e o crescimento do PIB argentino em 6% no último ano. “O ajuste tinha de ser feito pelo lado dos parasitas. Tinha de cair sobre o setor público”, afirmou, num recinto que esteve a metade da sua capacidade, com o preço dos ingressos a variarem ente os 150 e os 7.500 euros.
O líder argentino também criticou duramente os media, a quem apelidou de “escória mediática”, apregoando que “não odiamos o suficiente os jornalistas”. No mesmo tom, apelidou o Estado de “organização criminosa” e considerou os impostos como “um roubo”.
Milei também lançou pistas sobre a sua intenção de continuar na presidência argentina para além de 2027. “Se for reeleito e a economia mantiver este rumo até 2031, poderemos devolver aos argentinos mais de 500 mil milhões de dólares”, prometeu, defendendo a reforma tributária em curso.