O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se esta quarta-feira de acordo com o envio dos três tanques Leopard 2 para a Ucrânia, afirmando que a ajuda de Portugal está "em linha" comparativamente à capacidade de outros países.."Foi aquilo que o primeiro-ministro comunicou ao Presidente da República e, como Comandante Supremo das Forças Armadas, eu concordei", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem da cerimónia de entrega do Prémio Bial de Medicina Clínica, que decorreu na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP)..O chefe de Estado destacou que a ajuda de Portugal está "na linha daquilo que faz sentido", comparativamente à capacidade de cada país e permitirá "acorrer de imediato a uma situação", face à necessidade daquele equipamento militar por parte da Ucrânia..Marcelo Rebelo de Sousa admitiu a possibilidade de, "mais tarde", o Governo ponderar "outras hipóteses adicionais" de ajuda.."Não quer dizer que mais tarde o Governo não possa ponderar outras hipóteses adicionais, mas para já pareceu-me bem a proposta do Governo e o contributo português", acrescentou..O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que Portugal tem em execução o plano de manutenção dos tanques Leopard 2 e que está em condições de dispensar três para a Ucrânia no próximo mês de março..Questionado sobre a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na reunião do Conselho Europeu de quinta-feira, em Bruxelas, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que "não se pode criar expectativas para depois serem frustradas", referindo-se às expectativas da Ucrânia, mas também dos líderes da União Europeia que estão no processo de negociações.."Isso significa que é um processo difícil, mas que deve ser visto de boa-fé e determinação porque envolve muitas mudanças. Envolve mudanças politicas, o centro da Europa com a adesão de novos membros a leste irá mais para leste, mudanças institucionais, a adesão da Ucrânia significa a adesão de um país que tem e terá um peso na União Europeia em termos de presença nos órgãos muito significativo", disse, notando que a adesão de novos países terá também implicações no "funcionamento" da União Europeia.."Um alargamento de 27 [países], que são hoje, a mais de 30 [países] é uma transformação importante", referiu Marcelo Rebelo de Sousa, apontando ainda as "consequências económicas", seja ao nível da "recuperação económica da Ucrânia", seja de atribuição de "fundos europeus" aos novos países..A par da "frente político diplomática" que enfrenta a Ucrânia, o chefe de Estado realçou que a frente militar "pode ser mesmo determinante nos próximos meses".."Era muito importante para a paz no continente [europeu] e para a paz no mundo que realmente tivéssemos um epilogo o mais rápido possível e que fosse favorável aos ideais da carta das Nações Unidas e do direito internacional", observou..O primeiro-ministro confirmou hoje que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai marcar presença na reunião do Conselho Europeu de quinta-feira, em Bruxelas, estando em discussão o apoio à Ucrânia e a sua adesão à União Europeia.