Líderes mundiais garantem apoio à Aliança para as Vacinas com 7,69 mil milhões de euros
Os líderes mundiais reafirmaram o compromisso com a imunização e garantiram mais de 9 mil milhões de dólares (7,69 mil milhões de euros) para o orçamento da Gavi, a Aliança para as Vacinas, que se pretende que seja de 11,9 mil milhões de dólares (10,17 mil milhões de euros) para o seu próximo período estratégico (2026-2030).
"Cada dólar investido é um investimento num futuro mais seguro e saudável para as crianças de todo o mundo", frisou o presidente da Aliança para as Vacinas, José Manuel Durão Barroso, numa nota nas redes sociais onde anunciou o acordo alcançado esta quinta-feira, 26 de junho, na cimeira global sobre "Saúde e Prosperidade através da Imunização", que decorreu em Bruxelas.
No encontro, foram assumidos também compromissos adicionais como um financiamento complementar de 4,5 mil milhões de dólares (3,85 mil milhões de dólares) por parte de instituições financeiras de desenvolvimento para apoiar os sistemas nacionais e acelerar o acesso às vacinas, poupanças de custos até 200 milhões de dólares (cerca de 171 milhões de euros) por parte dos fabricantes e mais de 149 milhões de dólares (cerca de 127 milhões de euros) em parcerias do setor privado focadas na distribuição de imunização.
Numa nota publicada no seu site, a Gavi diz que "continuará a trabalhar com os seus dadores para garantir que o seu próximo período estratégico seja totalmente financiado, uma vez que um défice deixará milhões de crianças sem vacinação e aumentará os riscos para a segurança sanitária".
A cimeira, coorganizada pela União Europeia, Fundação Gates e Gavi, em parceria com a Global Citizen, contou com a presença de representantes de 55 países – incluindo o primeiro-ministro português Luís Montenegro – bem como de líderes de instituições multilaterais, sociedade civil, setor privado e indústria de vacinas.
A Fundação Gates anunciou um compromisso de 1,6 mil milhões de dólares (1,37 mil milhões de euros), enquanto a Comissão Europeia comprometeu-se a doar 360 milhões de euros, no âmbito de um compromisso total de mais de 2 mil milhões de euros da Equipa Europa – que inclui a UE e os seus Estados-Membros.
Já o Banco Europeu de Investimento (BEI) anunciou uma extensão da sua linha de crédito de 1 mil milhões de euros, acessível a qualquer dador para facilitar o compromisso, enquanto a Equipa Europa já se comprometeu com quase 800 milhões de euros para o Acelerador Africano de Fabrico de Vacinas (AVMA) da Gavi, para apoiar a produção local de vacinas.
Estados Unidos cancelaram contribuição
Os 9 mil milhões de dólares angariados pela Gavi não contam com a contribuição dos Estados Unidos, uma vez que o Secretário da Saúde norte-americano, Robert F. Kennedy Jr., disse que o país não iria mais financiar a aliança, acusando-a de ignorar a segurança das vacinas.
Em resposta, a Gavi afirmou que a segurança era a sua principal preocupação.
Os EUA doavam anteriormente à Gavi cerca de 300 milhões de dólares (cerca de 256 milhões de euros) por ano.
"Cortes drásticos na ajuda, juntamente com a desinformação sobre a segurança das vacinas, ameaçam desfazer décadas de progresso", afirmou o Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante a cimeira, sem se referir diretamente aos EUA.