Mohammad Sinwar, que assumiu a liderança do Hamas na Faixa de Gaza após o irmão Yahya Sinwar ter sido morto em outubro de 2024, era alegadamente o alvo do ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) que atingiu o exterior do hospital europeu em Khan Yunis na terça-feira à noite. Israel intensificou os ataques contra a Faixa de Gaza nos últimos dias, apesar de ter retomado o diálogo indireto com o grupo terrorista palestiniano para a libertação dos reféns e da viagem ao Médio Oriente do presidente dos EUA, Donald Trump, que deixou de fora Telavive.A informação de que o alvo do ataque em que terão morrido 28 palestinianos era Sinwar foi avançada pelos media israelitas, não tendo sido confirmada oficialmente pelas IDF. Os militares israelitas confirmaram apenas ter bombardeado uma “infraestrutura terrorista subterrânea sob o hospital europeu”, falando mais precisamente de um “centro de comando e controlo”. Também não há indicação se Sinwar foi morto ou não, com fontes do The Jerusalem Post a alegar que quem pode ter morrido é o comandante da Brigada de Rafah, Muhammad Shibana - um possível sucessor do líder do Hamas na Faixa de Gaza. A confirmar-se qualquer das duas mortes, não serão as primeiras entre a liderança do grupo terrorista. Mas isso não tem tido qualquer impacto na guerra. Os palestinianos esperavam que a libertação do último refém com nacionalidade norte-americana, Edan Alexander, de 21 anos, antes da visita de Trump à região pudesse abrir as portas à negociação de um acordo de cessar-fogo. Mas Israel intensificou os ataques, com as autoridades locais (controladas pelo Hamas) a dizer que pelo menos 70 pessoas (incluindo mulheres e crianças) morreram no dia de ontem - a maioria no campo de Jabalia, no norte do enclave. Os ataques seguiram-se ao lançamento de rockets da parte da Jihad Islâmica em direção a Israel, na terça-feira à noite.Negociações no QatarEnquanto prosseguiam os bombardeamentos, decorria no Qatar - onde estava Trump - negociações indiretas entre Israel e o Hamas. Um grupo de mais de 65 antigos reféns apelaram ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que aproveite “o impulso histórico” da libertação de Alexander para negociar a libertação dos restantes 58 que ainda estão na Faixa de Gaza (35 deles já declarados mortos). Mas os mediadores israelitas avisaram que não há motivos para otimismo. “Não há indicações das negociações no Qatar de que a posição do Hamas está a mudar de forma a permitir um acordo”, disseram três oficiais ao The Jerusalem Post.Israel insiste no plano desenhado por Steve Witkoff, o enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, que inclui a libertação de dez reféns em troca de presos palestinianos e um cessar-fogo de 40 a 50 dias, com os combates a retomarem se não houver novo acordo.