Os liberais no Parlamento Europeu pediram esta quinta-feira aos líderes da União Europeia no Conselho Europeu que "explorem todos os meios jurídicos" para acabar com a presidência húngara, que duraria até final do ano, passando já para a Polónia.."Como resposta direta às ações isoladas do primeiro-ministro [húngaro, Viktor] Orbán, a presidente da Renovar a Europa apela ao Conselho Europeu para que explore todos os meios jurídicos para pôr termo à presidência húngara do Conselho e a entregue à Polónia", que se seguiria no primeiro semestre de 2025, indicam os liberais em comunicado..Após da polémica viagem de Órban à Rússia, a líder da bancada liberal da assembleia europeia, Valérie Hayer, argumenta na nota que "o primeiro-ministro húngaro está a minar as posições adotadas pela União Europeia e a agir de forma contrária aos interesses europeus, o que tem de acabar".."É tempo de pôr termo à presidência desonesta do Conselho de Viktor Orbán. A sua pretensa missão de paz é uma ameaça à segurança, a sua comunicação isolada é apenas uma cortina de fumo para os seus próprios interesses e falha miseravelmente", adianta Valérie Hayer..A responsável vai agora pedir um "debate urgente" sobre a presidência húngara a ser realizada na sessão plenária da próxima semana, na cidade francesa de Estrasburgo, e na presença do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que deverá a seu ver clarificar as responsabilidades da presidência rotativa da União Europeia (UE) em matéria de negócios estrangeiros..A posição surge um dia depois de os embaixadores dos países junto da UE terem discutido o papel da presidência húngara rotativa do Conselho, perante uma preocupação crescente nas capitais sobre as polémicas deslocações do primeiro-ministro húngaro..Fonte europeia conhecedora da discussão, que decorreu durante duas horas à porta fechada e só com embaixadores na sala, revelou à Lusa que "ainda não se está no ponto" de querer retirar a Hungria da presidência rotativa do Conselho da UE, mas admitiu que foram vários os países "a levantar questões como em que qualidade" ocorreram as visitas de Viktor Órban, críticas que foram encabeçadas pela Polónia e pelos países bálticos e secundadas pela maioria dos restantes..Também na quarta-feira, o governo húngaro negou ter conhecimento de pedidos para encurtar a sua presidência semestral do Conselho da UE ou para alterar a rotatividade, dadas várias polémicas, quando alguns países equacionam também não participar em reuniões informais.."Não tenho conhecimento de qualquer discussão por parte de qualquer organização ou instituição europeia que tenha como objetivo encurtar a presidência húngara ou alterar a rotatividade em qualquer sentido", disse o ministro dos Assuntos Europeus da Hungria, János Bóka, num encontro com jornalistas europeus, incluindo a Lusa, em Bruxelas..A 1 de julho, a Hungria assumiu a presidência rotativa do Conselho da UE, que vai liderar até final do ano, e desde então o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, já realizou deslocações oficiais à Ucrânia (no início da semana passada), à Rússia (sexta-feira), ao Azerbaijão e países vizinhos (no fim de semana) e à China (esta segunda-feira)..As visitas geraram várias críticas em Bruxelas e as garantias de que as iniciativas têm ocorrido no quadro das relações bilaterais e não em representação europeia..Ainda antes do arranque da presidência húngara, algumas organizações não-governamentais e eurodeputados tentaram impedir que a Hungria assumisse a presidência rotativa do Conselho da UE pelas controversas posições de Viktor Órban em questões o desrespeito pelo Estado de direito europeu e a rejeição de apoio militar e financeiro à Ucrânia face à invasão russa..A Hungria assume este semestre a presidência rotativa do Conselho da UE, com o mote "Tornar a Europa Grande de Novo".