Kremlin rejeita plano chinês e não vê fim da guerra por agora
Na sexta-feira, quando se assinalou um ano após o início da ofensiva russa na Ucrânia, Pequim publicou um documento de 12 pontos a apelar para que Moscovo e Kiev estabeleçam negociações de paz. O Kremlin atacou a União Europeia esta segunda-feira pela nova ronda de sanções do bloco a 121 indivíduos e entidades russas.
O Kremlin rejeitou esta segunda-feira o plano proposto na semana passada pela China para resolver o conflito na Ucrânia, salientando que ainda não existem as condições necessárias para uma solução pacífica.
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"Qualquer esforço que ajude a trazer este conflito para um caminho pacífico merece atenção. Nós consideramos o plano dos nossos amigos chineses com muita atenção (...). É um longo processo. No momento, não vemos as premissas para que esta questão possa tomar um caminho pacífico", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em declarações à imprensa.
"A operação militar especial (na Ucrânia) vai continuar", acrescentou Peskov.
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Na sexta-feira, quando se assinalou um ano após o início da ofensiva russa na Ucrânia, Pequim publicou um documento de 12 pontos a apelar para que Moscovo e Kiev estabeleçam negociações de paz.
Embora a China procure impôr-se como mediadora neste conflito, a sua posição de aliada da Rússia desqualifica-a aos olhos dos países ocidentais, que apoiam a Ucrânia.
Moscovo e Kiev não demonstraram ainda uma vontade forte de iniciar negociações de paz nesta fase, reagindo com cautela à proposta da China.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou necessário trabalhar com Pequim para alcançar a resolução do conflito.
Zelensky também disse que planeia se encontrar em breve com o seu homólogo chinês, Xi Jinping.
A diplomacia russa declarou também que apreciava os esforços chineses, ao mesmo tempo que insistiu na necessidade do reconhecimento da anexação de quatro regiões ucranianas pela Rússia.
O Kremlin atacou também esta segunda-feira a União Europeia depois de o bloco adotar o último pacote de sanções contra a Rússia pela sua intervenção militar na Ucrânia.
"Tudo isso, é claro, é absurdo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas em resposta a uma pergunta sobre as novas sanções, que visam 121 indivíduos e entidades.
As penalidades mais recentes são a décima ronda de sanções da UE destinadas a minar as finanças e suprimentos militares da Rússia para o conflito. Peskov disse que os países ocidentais estão a lutar para encontrar mais pessoas e entidades para sancionar.
"Isso explica a lista ilógica de indivíduos e entidades", disse Peskov. "Estamos a falar de pessoas tão talentosas e para elas a inclusão nas listas não causará nenhum desconforto", acrescentou.
As últimas sanções da UE visam dezenas de entidades russas - ou seja, empresas ou agências estatais - incluindo outros três bancos russos. Estar na lista significa um congelamento de ativos na UE e uma proibição de visto.