Kiev volta a ser bombardeada e Putin ameaça novos ataques se Ocidente fornecer mísseis de longo alcance

No dia em que dois bairros da capital ucraniana foram atacados, o presidente russo promete atingir novos alvos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu este domingo que Moscovo atacará novos alvos se o Ocidente fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, dizendo que as atuais entregas de armas têm por objetivo "prolongar o conflito".

"Tiraremos as conclusões apropriadas e utilizaremos as nossas armas (...) para atacar locais que até agora não visámos", afirmou o líder russo, citado por agências noticiosas do país, sem especificar, porém, quais os alvos que poderiam estar em causa.

Esta mensagem surge no dia em que voltaram a verificar-se ataques em Kiev, 38 dias depois do último, com o presidente da câmara da capital ucraniana a afirmar que várias explosões abalaram a cidade esta manhã.

"Várias explosões nos bairros de Darnytsky e Dniprovsky da cidade. Os bombeiros estão a extinguir as chamas", escreveu Vitali Klitschko numa mensagem difundida na plataforma Telegram.

Já o Estado-maior das forças armadas ucranianas salientou através da rede social Facebook que "o agressor continua a lançar mísseis e a realizar ataques aéreos contra as infraestruturas militares e civis do país, sobretudo em Kiev".

A Rússia já veio garantir estes ataques aéreos a Kiev destruíram tanques blindados fornecidos à Ucrânia por países da Europa do Leste.

"Mísseis de alta precisão e longo alcance disparados pelas forças aeroespaciais russas nos arredores de Kiev destruíram tanques T-72 fornecidos por países da Europa de Leste e outros veículos blindados que estavam nos hangares", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

Atingidos um alvo militares e oficina de comboios

O Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Ucrânia reconheceu já que a Rússia lançou cinco mísseis de cruzeiro X-22 do Mar Cáspio na direção de Kiev às 6.00 horas (4.00 em Lisboa). Um míssil foi destruído pela unidade de defesa aérea da Ucrânia e os restantes atingiram "infraestruturas no norte da capital ucraniana", disseram os militares.

Vadym Denysenko, conselheiro do Ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, disse que um alvo militar e outro civil foram atingidos.

Vários mísseis atingiram a Oficina de Reparações de Carruagens de Darnytsia, ferindo um trabalhador ferroviário, de acordo com Oleksandr Kamyshin, CEO da empresa ferroviária estatal ucraniana Ukrzaliznytsia, que garantiu que os comboios de passageiros não foram atrasados ​​pelos ataques.

Kamyshin negou contudo as informações de que a sua empresa abrigava equipamento militar e convidou os jornalistas para visitar a fábrica e verificar isso. "Declaro oficialmente que não há equipamento militar no território da oficina, que conserta vagões de carga, incluindo aqueles que usamos para exportação de cereais", disse Kamyshin.

"O alvo real é a economia da Ucrânia e a população civil", acrescentou. "Também querem bloquear a nossa oportunidade de exportar produtos ucranianos para o Ocidente."

Entretanto, há vários alertas de ataques aéreos em muitas outras cidades ucranianas, de acordo com as autoridades ucranianas, enquanto em Severodonetsk, no leste do país, prosseguem os "combates de rua".

A cidade permanece no centro da ofensiva russa na bacia mineira do Donbass, no leste da Ucrânia, zona sob controlo parcial dos separatistas pró-russos desde 2014 e que Moscovo espera conquistar na totalidade.

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