Kiev reivindica primeiro ataque com armas ocidentais em território russo
EPA/SERGEY KOZLOV

Kiev reivindica primeiro ataque com armas ocidentais em território russo

A Ucrânia recebeu, nas últimas semanas, permissão dos seus principais aliados para atingir, com as armadas cedidas, certos alvos militares dentro da Federação Russa.
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A Ucrânia assumiu esta terça-feira a responsabilidade pelo seu primeiro ataque com armas ocidentais contra um objetivo militar localizado dentro da Federação russa, anunciou o governo. 

A ministra-adjunta da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Irina Vereshchuk, publicou hoje nas redes sociais imagens de um sistema de lançamento de mísseis S-300 em chamas alegadamente localizado "em território russo".

Vereshchuk sublinha que este ataque ocorreu "dias depois" da autorização de parceiros ocidentais para o uso de armamento seu cedido à Ucrânia contra objetivos russos.

Desde o início da guerra, os parceiros de Kiev proibiram a Ucrânia de atacar dentro do território russo por medo de uma possível retaliação de Moscovo. Esta limitação não incluiu os territórios ucranianos ocupados pela Rússia.

Esta mudança de política sobre as condições em que a Ucrânia pode utilizar as armas que recebe coincidiu com a ofensiva lançada pela Rússia em meados do mês passado contra a região ucraniana de Kharkiv, na fronteira com a Federação Russa.

As forças russas abriram uma nova frente depois de cruzarem a fronteira a partir do seu próprio território.

A entrada russa naquela zona do nordeste da Ucrânia despertou preocupação nas capitais ocidentais e em Kiev, que passou a exigir com crescente veemência que fosse permitido neutralizar com as armas recebidas os ataques russos contra Kharkiv, atingindo concentrações de tropas, aviões, sistemas de mísseis e outros alvos russos. 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou aos países aliados de Kiev para que autorizem "total margem de manobra na utilização das armas que lhes foram fornecidas".

Para Zelensky não se pode proteger "regiões como Kharkiv sem atacar diretamente os locais a partir dos quais as forças russas lançam bombardeamentos".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu o aval, tal como a Alemanha, que no quadro do bloco europeu se mostrou reticente, numa primeira fase

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, congratulou-se com a permissão recebida para atacar certas áreas e objetivos militares dentro da Rússia, e explicou que Kiev continua a trabalhar para eliminar as restrições que os seus aliados continuam a impor ao uso das suas armas contra o território inimigo.

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