A batalha por Pokrovsk, importante localidade em Donetsk, no leste da Ucrânia, e a batalha da informação de cada lado estão ao rubro, com os ucranianos a dizer que desalojaram os russos do centro e estes a aconselhar os ucranianos a saírem enquanto podem. Na quarta-feira, Moscovo disse que as suas forças estão a avançar em Pokrovsk e a rodear a cidade que funcionou como centro de logística e de transportes do exército ucraniano. Segundo o Ministério da Defesa russo, dois grupos de assalto estavam a eliminar tropas ucranianas, as quais estariam cercadas em vários bairros, enquanto prosseguem uma ofensiva para norte, “não deixando aos militares ucranianos outra hipótese de se salvarem além da rendição voluntária”. Além disso, alega, as suas forças estariam a desalojar tropas ucranianas na ala sudeste de Krasnoarmeysk - como os russos chamam Pokrovsk - enquanto repeliam tentativas ucranianas de romper o cerco. Já Kiev tem outra narrativa. “Não há cerco às nossas unidades e formações. Estão em curso medidas para bloquear as forças inimigas que tentam infiltrar-se e concentrar-se na cidade de Pokrovsk. A resistência ativa continua face às tentativas de grupos de infantaria inimigos de estabelecerem posições”, afirmou o Estado-Maior das forças ucranianas. Horas depois, foi publicado um vídeo no qual a bandeira ucraniana voltou a tremular no edifício da câmara municipal, após missão das tropas de assalto do 425.º regimento.. Na terça-feira, dia em que Volodymyr Zelensky visitou Dobropillia, a uns 35 quilómetros de Pokrovsk, este reconheceu que a situação era “complicada” e admitiu a presença de centenas de soldados russos na urbe que é conhecida como a porta de entrada de Donetsk. Por sua vez, os serviços de informações militares (GUR) relataram a existência de “combates intensos”, enquanto o exército anunciara o reforço de material para a área. Na semana passada, perante o avanço russo, o GUR liderou uma operação, com helicópteros Black Hawk a transportar militares das operações especiais para o centro de Pokrovsk. O objetivo da mesma era a reabertura da linha de abastecimento para a povoação que está sob ataque cerrado há mais de um ano, tendo agora 1200 habitantes, quando antes da guerra contava com 60 mil. A queda de Pokrovsk seria a captura mais significativa pelas forças invasoras desde que tomou Avdiivka no início do ano passado. E deixaria caminho aberto para as restantes cidades de Donetsk ainda sob controlo ucraniano, Kramatorsk e Sloviansk, sendo que nesta última também há notícia de militares russos a infiltrar-se. Nota também para um ataque aéreo na região que atingiu infraestruturas da indústria do carvão. “Em resultado de cinco ataques aéreos com bombas guiadas na região de Donetsk, foram danificadas instalações de empresas da indústria do carvão”, informou o Ministério da Energia ucraniano, tendo esclarecido que as mesmas não estão em atividade.Jolie em KhersonO dia ficou ainda marcado por uma visita da atriz Angelina Jolie a Kherson, no sul do país. Segundo os meios de comunicação ucranianos, a antiga enviada da ONU para os refugiados visitou uma maternidade e um hospital pediátrico naquela cidade que continua a ser alvo constante das forças russas, as quais ocupam a margem esquerda do Dniepre na região com o mesmo nome da cidade.Testes nucleares na mira A Rússia respondeu ao anúncio de Donald Trump de que os EUA iriam voltar a fazer testes nucleares na mesma moeda. Vladimir Putin, durante uma reunião do Conselho de Segurança, ordenou a recolha de informações sobre esta questão e a apresentação de “propostas concertadas sobre o eventual lançamento de trabalhos preparatórios para testes nucleares”. Horas depois, o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov esclareceu que Putin “não emitiu uma ordem para iniciar preparativos para testes nucleares”, antes “instruiu o estudo da viabilidade de tais preparativos”. O ministro da Defesa, Andrei Belousov, recomendou que os preparativos para o reinício dos testes nucleares ocorram no arquipélago de Novaya Zemlya, no Ártico, de forma imediata.