Volodymyr Zelensky revelou esta segunda-feira, 27 de outubro, que Kiev e os aliados concordaram em trabalhar num plano de cessar-fogo nos próximos dez dias, anúncio que surge depois de o presidente dos Estados Unidos ter proposto a interrupção da guerra nas atuais linhas de batalha. “Alguns pontos rápidos. Como um plano para um cessar-fogo. Decidimos que vamos trabalhar nele na próxima semana ou dez dias”, explicou o presidente ucraniano numa entrevista ao Axios publicada esta segunda-feira, sublinhando estar cético que Vladimir Putin esteja pronto a aceitar um plano de paz.Zelensky referiu ainda que as recentes sanções impostas por Donald Trump à Rússia irão prejudicar a máquina de guerra de Moscovo, mas reforçou que Kiev ainda precisa de mísseis de longo alcance para obrigar Putin à paz. “O presidente Trump está preocupado com a escalada. Mas penso que, se não houver negociações, haverá uma escalada de qualquer forma. Penso que, se Putin não parar, precisamos de algo para o travar. As sanções são uma dessas armas, mas também precisamos de mísseis de longo alcance”, prosseguiu o líder ucraniano, notando ter dito a Trump que Kiev nem precisaria de usar os mísseis imediatamente, pois se Putin sabe que não falar pode causar “problemas com as instalações energéticas da Rússia”, então falará.Donald Trump, por seu turno, afirmou esta segunda-feira que Putin deveria pôr fim à guerra na Ucrânia em vez de testar um míssil nuclear, adiantando ainda que os EUA têm um submarino nuclear posicionado na costa da Rússia. “Eles sabem que temos um submarino nuclear, o maior do mundo, mesmo junto à costa deles, não tem de percorrer 12.800 quilómetros”, declarou o presidente norte-americano, de acordo com um ficheiro áudio publicado pela Casa Branca citado pela Reuters. O presidente russo revelou no domingo que Moscovo testou com sucesso o seu míssil de cruzeiro nuclear Burevestnik, que afirma ser capaz de perfurar qualquer escudo de defesa e que avançará para o seu lançamento.O Kremlin reagiu às declarações de Trump, afirmando que a Rússia é guiada pelos seus interesses nacionais, e que está a garantir a sua segurança ao desenvolver novas armas, mas não vê razão para que o teste de mísseis prejudique a relação com a Casa Branca. Segundo um decreto publicado ontem, Putin retirou a Rússia do Acordo de Gestão e Eliminação de Plutónio com os EUA, datado de 2000 e que obrigava ambos os países a descartar 34 toneladas de plutónio para armas, o suficiente para milhares de ogivas nucleares, que já não eram necessárias para fins de defesa..Ajuda militar à Ucrânia cai a pique apesar do novo plano da NATO.Rússia testou novo míssil que diz ser "invencível"