Kevin Spacey fica em liberdade em caso de agressão sexual em Londres

A próxima audiência foi marcada para o dia 14 de julho.

O ator Kevin Spacey, que em 2017 viu sua carreira de sucesso abalada por acusações de agressão sexual nos Estados Unidos - posteriormente retiradas -, foi deixado em liberdade esta quinta-feira depois de comparecer a um tribunal de Londres acusado de quatro crimes sexuais.

Com semblante calmo e confiante, o ator de Hollywood, de 62 anos, compareceu voluntariamente ao Tribunal de Magistrados de Westminster para enfrentar acusações que ele nega.

A Promotoria reconheceu sua "total cooperação" na investigação, mas pediu que entregasse o passaporte e dormisse na sua residência em Londres até à próxima audiência, que o juiz marcou para 14 de julho no Tribunal da Coroa de Southwark, no sul de Londres.

O magistrado tomou em consideração que o ator compareceu voluntariamente e não impôs nenhuma medida cautelar.

"Ele deverá responder a estas acusações se quiser seguir em frente com a sua vida", argumentou o seu advogado. "Onde é que se vai esconder? Ele mora nos Estados Unidos e pode ser extraditado. A sua família, o seu cão de nove anos estão nos Estados Unidos", insistiu.

"O seu trabalho exige que ele vá a reuniões, compareça a castings, encontre-se com realizadores e guionistas", defendeu, declarando-se convencido de que Spacey "continuará a comparecer" à justiça britânica.

Vencedor de dois Óscares, Spacey, protagonista de "Beleza Americana" (1999) e da série de sucesso "House of Cards", recebeu em Londres quatro acusações de agressão sexual apresentadas por três homens.

"Vou defender-me dessas acusações e estou confiante de que a minha inocência será provada", disse.

A Scotland Yard abriu uma investigação após receber denúncias contra o ator por supostas agressões cometidas, principalmente, no bairro londrino de Lambeth, onde está localizado o famoso teatro Old Vic, do qual Spacey foi diretor artístico entre 2004 e 2015.

Duas das acusações referem-se a agressões sexuais cometidas em março de 2005 em Londres contra uma mesma vítima, que agora tem mais de 40 anos.

Outra agressão sexual envolveu um segundo denunciante em agosto de 2008 e envolveu atividade sexual com penetração sem consentimento.

O ator é acusado de uma quarta agressão sexual em abril de 2013 em Gloucestershire, sudoeste da Inglaterra, contra um terceiro denunciante.

A onda de acusações que destruiu a sua carreira de sucesso correspondeu ao surgimento do movimento #MeToo, que nasceu do caso do produtor de cinema americano Harvey Weinstein.

Spacey já havia sido alvo de várias denúncias nos Estados Unidos por assédio e agressão sexual em 2017. Foi inicialmente acusado no estado de Massachusetts por ter colocado as mãos nas partes íntimas de um jovem de 18 anos num bar, depois de o embriagar, em julho de 2016. Essas acusações foram retiradas em 2019.

A última aparição de Spacey nos ecrãs remonta a 2018, com a estreia do filme "O Clube dos Bilionários". Foi demitido de "House of Cards" e ficou de fora de um filme de Ridley Scott, "All the Money in the World", no qual foi substituído pelo ator canadiano Christopher Plummer.

Em novembro de 2021, foi condenado a pagar 31 milhões de dólares à MRC, produtora de "House of Cards", como compensação pela perda de lucro atribuída à sua saída da bem-sucedida série de intrigas políticas em Washington, na qual deu vida ao presidente Frank Underwood.

No entanto, fez um tímido retorno ao cinema, em junho de 2021, com as filmagens na cidade italiana de Turim de um longa-metragem dirigido pelo italiano Franco Nero e intitulado "L'uomo che disegno Dio" onde, segundo o produtor, desempenha uma personagem secundária.

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