Kevin Spacey acusado no Reino Unido de agressão sexual a três homens

Spacey, protagonista de filmes como "Beleza Americana" e a série "House of Cards", premiado com dois Óscares, também foi alvo de várias denúncias nos Estados Unidos por assédio e agressão sexual em 2017.

O ator norte-americano Kevin Spacey, que em 2017 viu a sua carreira bem-sucedida ser destruída por acusações de atentado ao pudor e agressão sexual que posteriormente foram retiradas, foi acusado esta quinta-feira no Reino Unido por agressão sexual a três homens.

A Scotland Yard abriu uma investigação após receber denúncias por supostas agressões que teriam sido parcialmente cometidas no bairro londrino de Lambeth, onde fica o famoso teatro Old Vic, do qual foi diretor artístico entre 2004 e 2015.

Após "uma revisão das evidências recolhidas pela polícia de Londres", o Crown Prosecutor's Office anunciou que "autorizou processos criminais contra Kevin Spacey, de 62 anos, por quatro acusações de agressão sexual a três homens".

"Também foi acusado de fazer com que uma pessoa participasse numa atividade sexual com penetração sem consentimento", afirmou Rosemary Ainslie, chefe da divisão de crimes especiais em Londres.

As acusações abrangem um período compreendido entre março de 2005 e abril de 2013. Duas delas referem-se a agressões sexuais em março de 2005 em Londres contra um dos denunciantes. Outra agressão sexual envolveu um segundo denunciante em agosto de 2008, também com participação em atividades sexuais com penetração sem consentimento.

O ator é acusado de uma quarta agressão sexual contra um terceiro denunciante em abril de 2013 em Goucestershire, no sudoeste da Inglaterra.

Depois de receber reclamações de membros da sua equipa, o teatro Old Vic inicialmente encomendou uma investigação interna a um gabinete jurídico sobre o comportamento do seu ex-diretor artístico.

No total, "20 depoimentos pessoais de suposto comportamento inadequado de Kevin Spacey" foram recolhidos, indicou.


Spacey, protagonista de filmes como "Beleza Americana" e a série "House of Cards", premiado com dois Óscares, também foi alvo de várias denúncias nos Estados Unidos por assédio e agressão sexual em 2017.

Inicialmente acusado no estado de Massachusetts por ter colocado as mãos no órgão sexual de um jovem de 18 anos num bar, depois de embriagá-lo, em julho de 2016. Essas acusações foram retiradas em 2019.

A onda de acusações que encerrou a carreira foi concomitante ao surgimento do movimento #MeToo, que nasceu a partir do caso do todo-poderoso produtor de cinema americano Harvey Weinstein.

A última aparição de Spacey nos ecrãs remonta a 2018, com a estreia do filme "Billionaire Boys Club".

Foi demitido de "House of Cards" e ficou de fora de um filme de Ridley Scott, "All the Money in the World", no qual foi substituído pelo ator canadiano Christopher Plummer.

Em novembro de 2021, foi condenado a pagar 31 milhões de dólares (cerca de 29 milhões de euros) à MRC, produtora de "House of Cards", como indemnização pelo prejuízo atribuído à sua saída dessa série bem-sucedida de intrigas políticas em Washington, na qual deu vida ao presidente inescrupuloso Frank Underwood.

Ainda fez um regresso tímido ao cinema em junho de 2021 com as filmagens na cidade italiana de Turim de uma longa-metragem dirigida pelo italiano Franco Nero do intitulado "L'uomo che disegno Dio" (O homem que desenha Deus, em tradução livre), no qual, de acordo com o produtor, interpreta um personagem secundário.

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