Juan Carlos numa viagem a Portugal, em 2009.
Juan Carlos numa viagem a Portugal, em 2009.João Manuel Ribeiro

Juan Carlos admite sentir-se abandonado pelo filho e nega relação extraconjugal com princesa Diana

Antigo monarca, exilado em Abu Dhabi, diz compreender que Felipe VI tenha de ser "firme como rei" em público, mas confessa ser difícil que ele seja "insensível" como filho.
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O antigo rei de Espanha admitiu, no livro de memórias Reconciliação, sentir-se abandonado e incompreendido pelos familiares, inclusivamente pelo filho, o rei Felipe VI.

Na obra, Juan Carlos aborda também o episódio em que atingiu mortalmente o irmão Alfonso e desmentiu a alegada relação extraconjugal com a princesa Diana.

O antigo monarca diz compreender que Felipe VI tenha de ser "firme como rei" em público, mas confessa ser difícil que ele seja "insensível" como filho, queixando-se que os amigos e o filho lhe viraram as costas.

Juan Carlos numa viagem a Portugal, em 2009.
'Reconciliação': Juan Carlos I vai publicar as suas memórias

No livro de 512 páginas falou sobre a mãe dos seus três filhos, a rainha emérita Sofía, descrevendo-a como uma mulher "excecional, íntegra e bondosa". Também no capítulo amoroso, frisou que as relações extraconjugais que lhe foram atribuídas pela imprensa eram na maioria falsas, incluindo a princesa de Gales, que descreve como "fria e distante"

No capítulo "A tragédia", revela que estava "a brincar" com o irmão Alfonso, de apenas 14 anos, com uma pistola, na casa de família em Portugal, no momento do acidente. "Tínhamos retirado o cartucho. Não fazíamos ideia de que ainda havia uma bala na arma", escreveu, acerca do trágico episódio ocorrido em 1956, do qual se lembra "todos os dias".

Juan Carlos, de 87 anos, revela ainda que gostaria de viver tranquilamente a reforma no seu país e ser sepultado com honras de Estado.

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Iate de Juan Carlos à venda por 8 milhões. O preço é "negociável"

O antigo rei, que teve um papel importante na transição para a democracia em Espanha, confessou ainda na obra que admirava e "respeitava imenso" o ditador Francisco Franco.

Reconciliação saiu para as bancas esta quinta-feira, 6 de novembro, em França, após três anos a ser escrito. Será publicado em castelhano em dezembro, no 50º aniversário da morte de Francisco Franco e da restauração da monarquia.

Juan Carlos vive em Abu Dhabi depois de um escândalo financeiro relacionado com o recebimento de alegadas comissões milionárias, sendo um dos casos ligado ao alegado recebimento de 65 milhões de euros em comissões para a construção do comboio de alta velocidade Medina-Meca, outro a alegadas doações não declaradas e um terceiro a suspeitas de ter escondido fundos em paraísos fiscais.

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