Jimmy Kimmel foi apresentador da última cerimónia dos Óscares.
Jimmy Kimmel foi apresentador da última cerimónia dos Óscares.

Jimmy Kimmel suspenso "por tempo indeterminado" pelos comentários que fez sobre Charlie Kirk

Comentários sobre o assassinato do ativista conservador, culpabilizando o "gangue MAGA" e dizendo que estes querem "tirar dividendos políticos" do caso levaram à decisão.
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A cadeia televisiva norte-americana ABC suspendeu esta quarta-feira, 17 de setembro por "tempo indeterminado" o programa de Jimmy Kimmel, por comentários que este célebre humorista fez sobre o assassinato do ativista Charlie Kirk.

A decisão da estação foi tomada após a Nexstar, que representa os canais locais afiliados da ABC em todo o país, ter anunciado que iria deixar de transmitir o programa "Jimmy Kimmel Live!", em horário nobre, devido aos comentários do humorista sobre Kirk, personalidade dos media conservadores assassinado a 10 de setembro.

"Os comentários do Sr. Kimmel sobre a morte do Sr. Kirk são ofensivos e insensíveis num momento crítico do nosso discurso político nacional, e não acreditamos que reflitam o espectro de opiniões, visões ou valores das comunidades locais em que nos encontramos", disse Andrew Alford, presidente da divisão de radiodifusão da Nexstar.

Kimmel, no seu habitual monólogo no talk show noturno, comentou o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk acusando os apoiantes de Donald Trump, referindo-se a eles como a "gangue MAGA" ("Make America Great Again"), de tentarem capitalizar politicamente da morte

"Atingimos novos mínimos durante o fim de semana com a gangue MAGA a tentar desesperadamente caracterizar o miúdo que assassinou Charlie Kirk como qualquer outra coisa que não um deles, e a fazer tudo o que podem para ganhar pontos políticos com isso", disse o humorista.

O humorista fez questão de ligar o assassino aos movimentos conservadores quando, ao que a investigação, tem apurado, ele indicia ter reagido violentamente precisamente por não suportar o discurso contrário ao movimento dito "progressista" que ele acreditava. "Em vez de momentos de silêncio, o que tivemos foi um fim de semana inteiro deles [os MAGA] a plantar sementes de dúvida, a insinuar que o atirador era um agente federal, ou da Antifa, ou qualquer coisa – qualquer coisa para evitar a realidade de que a retórica de ódio que eles vomitam todos os dias tem consequências", sustentou Kimmel.

O apresentador também criticou a forma como o Donald Trump reagiu à notícia da morte de um aliado próximo. "Claro que o nosso presidente teve de intervir. Ele publicou uma homenagem a Charlie Kirk na [sua rede social] Truth Social que, de alguma forma, conseguiu ser mais sobre ele próprio do que sobre o tipo que foi morto. Mencionou o quão ele se sentia mal e como ele foi tratado injustamente", disse ainda Jimmy Kimmel.

Esta súbita suspensão do programa de Jimmy Kimmel representa a segunda grande baixa no panorama dos talk shows noturnos nos Estados Unidos, abalando um formato já em mudança. Esta situação surge na sequência do anúncio, há cerca de dois meses, de que o "The Late Show with Stephen Colbert" irá terminar em maio de 2026.

No entanto, as circunstâncias das duas saídas são marcadamente diferentes: enquanto a de Colbert resulta de uma decisão financeira da CBS e foi anunciada com mais de um ano e meio de antecedência, permitindo uma despedida planeada, a de Kimmel é uma paragem "imediata e por tempo indeterminado", desencadeada por uma controvérsia política e pela pressão de uma grande operadora de televisão.

Com Lusa

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