Jack Teixeira divulgou plano de ataque ucraniano ao gasoduto Nord Stream

Três meses antes das explosões, serviços secretos de um país europeu partilharam com a CIA trama que envolve o comandante das forças ucranianas Valerii Zaluzhnyi.
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No dia em que Kiev acusou Moscovo de uma operação que destruiu a barragem e a estação hidroelétrica de Nova Kakhovka, foi tornado público, pelo Washington Post, que a Ucrânia tinha um plano de sabotagem para o gasoduto Nord Stream, o qual foi recolhido por uma agência de serviços de informações europeia e partilhado com a CIA em junho. Três meses depois deram-se as explosões nos dois gasodutos que ligavam a Rússia à Alemanha pelo mar Báltico.

Em março, uma investigação conjunta de meios de comunicação alemães revelou que a procuradoria tinha feito uma ligação das explosões a um grupo pró-ucraniano. Na altura fora identificada a embarcação usada - um iate alugado por uma empresa com sede na Polónia mas propriedade de dois ucranianos - para transportar a equipa de seis operacionais, respetivo equipamento de mergulho e explosivos. No iate foram encontrados vestígios de explosivos correspondentes aos utilizados na sabotagem. No entanto, não havia qualquer prova de que as autoridades ucranianas tivessem qualquer ligação ao ataque.

Agora, o Washington Post obteve uma cópia de um relatório de uma agência europeia (não especifica qual para não pôr as fontes em risco) que o militar lusodescendente Jack Teixeira partilhou numa sala de chat. Segundo o relatório, o plano envolvia seis membros das operações especiais da Ucrânia que, sob identidade falsa, alugariam um barco. Uma vez no local, os mergulhadores usariam um submergível e plantariam explosivos no gasoduto, no fundo do Báltico.

O relatório indicava que todos os elementos da equipa reportariam diretamente ao comandante das forças armadas ucranianas, o general Valerii Zaluzhnyi. O presidente Volodymyr Zelensky não estaria a par da operação planeada para decorrer na sequência do exercício naval da NATO BALTOPS, que terminou em meados de junho, mas que por um motivo não descortinado, foi "suspensa".

O plano divulgado pelo relatório limitava-se ao Nord Stream 1, e o local de embarque era outro que o utilizado, Warnemünde. No entanto, fontes do jornal norte-americano dizem que é possível que os autores do plano tenham sabido da fuga de informação e tenham alterado alguns elementos do mesmo.

Além disso, o mesmo jornal já noticiara que as investigações das autoridades da Alemanha, Dinamarca e Suécia descobriram comunicações de elementos pró-Kiev a discutir a hipótese de efetuar um ataque aos gasodutos Nord Stream, comunicações essas só descobertas quando as agências de informações vasculharam dados à procura de pistas.

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