Equipas médicas transportam vítimas do ataque que atingiu um campo de futebol.
Equipas médicas transportam vítimas do ataque que atingiu um campo de futebol.Jalaa MAREY / AFP

Israel: “Hezbollah cruzou todas as linhas vermelhas”

Ataque com rocket desde o Líbano matou 11 pessoas em Majdal Shams, nos Montes Golã. Grupo xiita negou responsabilidade.
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O chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, disse este sábado que “o Hezbollah cruzou todas as linhas vermelhas” e alertou para a “guerra total” com o grupo xiita libanês. Katz falava ao Canal 13 israelita depois de um rocket ter atingido um campo de futebol e matado pelo menos 11 crianças e jovens com idades entre os 10 e os 20 anos em Majdal Shams, nos Montes Golã ocupados. O exército israelita apontou o dedo ao Hezbollah, mas o grupo negou a responsabilidade.

O ataque na localidade drusa, que causou ainda mais de três dezenas de feridos, surgiu depois de Israel ter bombardeado uma alegada célula militar do Hezbollah em Kfarkila, no Sul do Líbano, matando pelo menos quatro militantes de vários grupos armados. O grupo xiita libanês reivindicou a autoria de pelo menos quatro ataques retaliatórios, mas o seu representante para os media, Mohammad Afif, negou à Reuters a responsabilidade pelo de Madjal Shams.

Esta é uma de quatro localidades nos Montes Golã ocupados onde vivem cerca de 25 mil drusos. Quando Israel anexou o território da Síria, em 1981, ofereceu a cidadania aos habitantes, que recusaram e por isso não podem votar. O líder espiritual dos drusos em Israel, Muafak Tarif, condenou este “ataque brutal e assassino”. Em comunicado, citado pelo Times of Israel, acrescentou: “Um país adequado não pode permitir-se prejudicar continuamente os seus cidadãos e residentes. Esta é a realidade que perdura há nove meses nas comunidades do Norte. Esta noite ultrapassou todos os limites.”

Israel e Hezbollah têm trocado tiros quase diários desde o início da guerra em Gaza, após o ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro que fez cerca de 1200 mortos. O Hezbollah diz estar a apoiar os palestinianos, obrigando os israelitas a dividir a sua atenção. Contudo, os dois lados têm evitado uma declaração de guerra - a última foi em 2006. Este foi o ataque mais grave contra Israel vindo do Líbano nos últimos nove meses.

30 mortos na Faixa de Gaza

Na outra frente do conflito, o número de mortos continua a subir na Faixa de Gaza. Um novo ataque a uma escola no enclave palestiniano, desta vez em Deir Al Balah, fez pelo menos 30 mortos e mais de 100 feridos, segundo as contas do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

As Forças de Defesa de Israel alegaram que um centro de comando do grupo terrorista estava instalado no local, que era usado para armazenar armas e para planear ataques. No entanto, o vídeo do alegado ataque mostra que as vítimas eram civis e muitas delas crianças.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, apelou a uma “solução política” para acabar com a “loucura” na Faixa de Gaza. “O cessar-fogo tem de acontecer agora. A lei humanitária internacional tem que ser respeitada. A assistência humanitária a civis tem que ser entregue em grande escala”, disse no Twitter.

susana.f.salvador@dn.pt

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