À medida que os governos se sucedem em avisos aos cidadãos para abandonarem o Líbano e o Irão, o primeiro-ministro israelita diz que o seu país está preparado para responder ao “eixo do mal iraniano”, em referência à retaliação anunciada por Teerão e seus aliados, o grupo xiita libanês Hezbollah, o sunita palestiniano Hamas, e os rebeldes iemenitas houthis, às recentes liquidações de chefias em Beirute e em Teerão. Um ataque que, segundo fontes norte-americanas e israelitas ouvidas pelo site Axios, pode ocorrer a partir de segunda-feira. A Arábia Saudita juntou-se à França, ao Canadá, à Suécia, à Jordânia, ao Reino Unido e aos EUA nos apelos aos seus cidadãos para abandonarem o Líbano; e Portugal seguiu o conselho dado por França horas antes para os cidadãos abandonarem o Irão. Uma consequência da crescente tensão e dos atos dos protagonistas na região. O governante israelita reuniu-se no domingo à noite com as chefias da defesa e da segurança para analisar a situação. Antes, no início do Conselho de Ministros, Benjamin Netanyahu considerou que os israelitas estão “preparados para qualquer cenário, tanto ofensivo como defensivo”. Mais ofensivo do que defensivo, tendo em conta o que disse de seguida: “O Estado de Israel está numa guerra de várias frentes contra o eixo do mal do Irão. Estamos a atacar cada uma das suas frentes com grande força.” Se ao Axios várias fontes afirmam que o ataque contra Israel pode começar já nesta segunda-feira, à NBC News um funcionário israelita diz que, ao contrário da retaliação de abril, na qual o Irão lançou centenas de drones e de mísseis num só dia como resposta ao bombardeamento ao consulado iraniano em Beirute, desta vez espera-se um ataque que se prolongue por vários dias, e que não se restrinja a alvos civis. Durante o ataque de abril, o papel de uma coligação liderada pelos EUA, com a participação de Reino Unido e França e a colaboração de alguns países da região, foi central para que a operação se saldasse por um ferido. Agora o Pentágono estará, segundo o Axios, a organizar uma nova coligação, mas não é certo que os países árabes voltem a colaborar. Longe dos gabinetes e dos palácios, a guerra prossegue: um bombardeamento israelita a duas escolas que abrigavam deslocados matou pelo menos 30 pessoas na cidade de Gaza. Em Telavive, um ataque de um palestiniano com uma faca matou dois israelitas.