O presidente dos EUA, Donald Trump, disse esta terça-feira que será “muito firme” com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, quanto à necessidade de pôr fim à guerra na Faixa de Gaza quando os dois se encontrarem na Casa Branca, na próxima segunda-feira. Trump disse aos jornalistas acreditar que Netanyahu “quer acabar a guerra”, mas no terreno as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) continuam a avançar, com uma nova operação terrestre na cidade de Gaza, parecendo querer fazer mais ganhos antes de o primeiro-ministro ter que ceder à pressão do aliado americano. Trump acredita que um cessar-fogo será alcançado “na próxima semana”, insistindo que isso é possível “depois do grande sucesso no Irão” e que o objetivo é “ter os reféns de volta”. Mas um diplomata árabe disse ao The Times of Israel que o Hamas não deverá ceder da exigência de garantias de que os israelitas não poderão recomeçar a guerra, depois de o cessar-fogo ter sido alcançado. Israel tem exigido que deve poder recomeçar o conflito se algo não correr como o esperado. No terreno, pelo menos 65 palestinianos morreram nos ataques israelitas, incluindo no bairro de Zeitoun na cidade de Gaza (no norte do enclave) e de al-Mawasi em Khan Yunis (no sul). Segundo a agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, pelo menos 82% do território da Faixa de Gaza está sob ordem de evacuação. Mais de 165 organizações internacionais pediram entretanto o fim das operações da chamada Fundação Humanitária de Gaza, que conta com o apoio de Israel e o financiamento dos EUA e está por detrás dos polémicos centros de distribuição de ajuda. Estima-se que mais de 500 palestinianos tenham morrido junto a esses centros controlados pelos militares e quase 4000 ficaram feridos. Israel revelou esta terça-feira testemunhos de palestinianos que culpam o Hamas pelo disparos junto dos centros, alegando que o grupo terrorista palestiniano espalha depois falsos rumores sobre o facto de os tiros terem sido disparados pelas IDF e faz circular vídeos falsos. Na véspera, contudo, os militares israelita admitiram situações em que foram causados “danos”, apesar de continuar a negar disparar propositidamente (media israelitas já revelaram testemunhos de soldados que assumiram terem recebido ordens nesse sentido). Entretanto a violência não se limita à Faixa de Gaza. Pelo menos dois menores foram mortos esta terça-feira na Cisjordânia. Desde o início da guerra, na resposta ao ataque terrorista do Hamas que matou cerca de 1200 pessoas em Israel, já morreram mais de mil pessoas na Cisjordânia ocupada. Não só nas ações militares das IDF, mas também na violência dos colonos - que nos últimos dias se viraram também contra as próprias IDF, incluindo num motim no exterior de uma base.As autoridades israelitas já anunciaram o reforço de segurança para proteger os seus militares dos extremistas, insistindo que esta violência não será tolerada (não sendo claro se esse reforço de segurança vai alargar-se aos palestinianos).