Soldados israelitas na fronteira com o Egito.
Soldados israelitas na fronteira com o Egito.EPA/ATEF SAFADI

Israel anuncia que um terço da Faixa de Gaza é agora uma zona tampão

Ministro da Defesa israelita diz não ter planos para o fim imediato do bloqueio ao enclave.
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As forças israelitas anunciaram em comunicado que 30% do território da Faixa de Gaza é agora um “perímetro de segurança” no mesmo dia em que o ministro da Defesa disse que o bloqueio à ajuda humanitária vai prosseguir até se encontrar um mecanismo alternativo para que o Hamas não fique com os víveres e demais suprimentos.

As forças de Israel esclareceram que a operação em curso, iniciada no dia 18 e que pôs termo de forma unilateral à trégua com o Hamas, matou pelo menos 350 membros dos grupos armados, incluindo 40 altos funcionários políticos do Hamas e chefias militares, tendo alguns participado no ataque de 7 de outubro. O exército israelita disse também que não há uma ofensiva em grande escala, mas a preparação para uma hipotética grande operação, ao mesmo tempo que mantém a pressão sobre o grupo islamista. Até porque, diz, uma operação de grande amplitude iria pôr em risco as negociações e os 59 reféns nas mãos do Hamas e dos seus afiliados, 24 dos quais poderão estar vivos.

A Jihad Islâmica publicou um vídeo na quarta-feira com um refém israelo-alemão, Rom Braslavski, de 21 anos. Este cativo - um soldado que se encontrava fora de serviço quando foi levado do festival de música Nova - fez um apelo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e ao presidente dos EUA para que estes lhe restituam a liberdade. “Pode tirar-me daqui?”, disse, dirigindo-se ao chefe do governo israelita. No mês passado, outro refém entretanto libertado revelou ter estado preso ao lado de Braslavski, no que foi a primeira indicação de que este foi levado em vida para o enclave.

A situação dos palestinianos continua a agravar-se, com o bloqueio de ajuda humanitária iniciado há mês e meio. Israel Katz, ministro da Defesa israelita, depois de ter dito que a ajuda humanitária iria ser retomada apenas através de “empresas civis”, recuou e afirmou que não há planos para terminar o bloqueio. “Gaza tornou-se numa vala comum para os palestinianos e para aqueles que os ajudam”, lamenta a organização Médicos Sem Fronteiras. Além da carência de alimentos, água e produtos de primeira necessidade, cerca de meio milhão de palestinianos foram deslocados desde 18 de março.

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