A Islândia anunciou esta quarta-feira que, tal como Espanha, Eslovénia, Irlanda e Países Baixos, não estará no Festival Eurovisão da Canção de 2026, depois de Israel ter sido autorizado a participar pela União Europeia de Radiodifusão (UER). Um boicote em protesto pelas ações israelitas na Faixa de Gaza. “O debate público neste país e a reação à decisão da UER na semana passada deixam claro que não haverá alegria nem paz em relação à participação da RUV”, disse o diretor-geral da estação pública islandesa, Stefan Eriksson. Dos cinco países que confirmaram o boicote - as estações públicas tinham até ontem para decidir - só os Países Baixos ainda não reconheceram o Estado Palestiniano. A RTP anunciou na semana passada que iria participar no festival que se realiza em maio, na Áustria. Mas pelo menos 17 músicos e intérpretes portugueses já anunciaram num comunicado que não irão representar Portugal se vencerem o Festival da Canção, que decorre entre fevereiro e março. .Israel autorizado a participar na Eurovisão. RTP confirma participação, mas quatro países anunciam boicote.Na vizinha Espanha, um dos cinco grandes que têm acesso direto à final devido ao nível de financiamento, a RTVE anunciou logo que não iria participar. Esta quarta-feira (10 de novembro), Dia Internacional dos Direitos Humanos, o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, regressou a Madrid para agradecer uma vez mais o reconhecimento do Estado Palestiniano em maio de 2024 e receber mais apoio do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.“Estou extremamente grato pelo seu papel de liderança e pela criação de uma coligação internacional para alcançar um maior reconhecimento para o nosso país”, disse Abbas, numa declaração aos jornalistas após o encontro com Sánchez. Mais cedo já tinha estado com o rei Felipe VI. “A Palestina caminha e caminhará sempre de mãos dadas com a Espanha, ou a Espanha caminha e caminhará sempre de mãos dadas com a Palestina”, indicou o primeiro-ministro espanhol, que defendeu que o cessar-fogo em Gaza “tem de ser real”. E prometeu não descansar “enquanto os ataques contra a população palestiniana não cessarem e não haja nem mais uma vítima”. Israel anunciou entretanto a construção de mais 764 casas em três colonatos (considerados ilegais pela lei internacional), em território que os palestinianos reivindicam como seu. Segundo o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich (ele próprio um colono), desde início do mandato em final de 2022 já foi dada luz verde à construção de mais de 51 mil casas nos colonatos.