Uma rua de Paiporta, em Valência. Marcas nas paredes mostram até onde chegou a lama.
Uma rua de Paiporta, em Valência. Marcas nas paredes mostram até onde chegou a lama.EPA/BIEL ALINO

Inundações em Valência foram há um ano. Von der Leyen garante três mil milhões de euros em apoio

Espanha homenageia esta quarta-feira, com um funeral de Estado em Valência, as 237 pessoas que morreram nas inundações no leste do país.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu esta quarta-feira, 29 de outubro, apoio a Espanha um ano após as “devastadoras inundações” de Valência, nomeadamente com três mil milhões de euros da União Europeia (UE) para empresas e comunidades afetadas.

“Um ano após as devastadoras inundações em Valência, continuamos ao lado do povo espanhol. Partilhamos a vossa dor e recordaremos sempre a incrível solidariedade de uma comunidade que se uniu para reconstruir”, escreveu Ursula von der Leyen no X.

Quando se assinala um ano das cheias que provocaram a morte de 237 pessoas e milhões de euros em prejuízos em Valência, a líder do executivo comunitário assegurou que a UE “continuará a apoiar [a população] neste esforço” de reconstrução, nomeadamente “com quase três mil milhões de euros para as pessoas, as empresas e as comunidades afetadas”.

“Porque a Europa continua convosco”, concluiu.

As cheias em Valência de outubro de 2024 causaram a morte de 237 pessoas, bem como danos materiais generalizados, como a destruição de estradas e pontes, o alagamento de casas, a destruição de carros, a submersão de uma estação de tratamento de água e o impacto na agricultura.

Uma rua de Paiporta, em Valência. Marcas nas paredes mostram até onde chegou a lama.
Um ano após inundações de Valência foi encontrado e identificado um corpo

O custo de reconstrução está estimado em milhões de euros.

Espanha homenageia esta quarta-feira, com um funeral de Estado em Valência, as pessoas que morreram há um ano nas inundações no leste do país, uma tragédia que continua a ser investigada pela justiça e em três comissões parlamentares.

Em 29 de outubro de 2024, uma "gota fria" ou DANA, como é conhecida em Espanha uma "depressão isolada em altos níveis", formou-se no sul da Península Ibérica e gerou chuvas de grande intensidade e concentradas, sobretudo, no interior da região de Valência, onde foram medidos níveis de queda de água em 24 horas com valores dos mais elevados desde que há registo na Europa.

A água, em grandes quantidades, acabou por descer em direção à costa mediterrânica por barrancos e ribanceiras e invadiu, no final da tarde, estradas e ruas de vários subúrbios da cidade de Valência, uma das zonas com maior densidade populacional de Espanha.

Morreram nas inundações e no temporal 229 pessoas na região autónoma da Comunidade Valenciana, sete numa zona vizinha da região de Castela La Mancha e uma na Andaluzia (sul de Espanha), segundo dados oficiais.

Em Valência, a região no epicentro da tragédia, o temporal afetou uma área de cerca de 553 quilómetros quadrados de 75 municípios e 306 mil pessoas.

Segundo o governo autonómico, as cheias causaram danos de pelo menos 17.800 milhões de euros em habitações, infraestruturas de abastecimento e transporte, parques naturais e zonas protegidas, escolas, centros de saúde, equipamentos sociais e culturais ou 64.100 empresas, entre outros setores.

As cheias em Valência ficaram também marcadas por problemas de comunicação devido à falta de coordenação entre autoridades, que demoraram a emitir alertas por SMS e inicialmente recusaram ajuda do governo central.

A população também criticou a falta de prevenção e de ordenamento territorial.

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