Incêndios. Portugal "disponível" para acolher base de meios aéreos europeus
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro considera que as metas propostas por Bruxelas para o reforço de meios aéreos na União Europeia, até ao final da década devem ser antecipadas.
"2029 e 2030 para o reforço desses meios já é muito tarde, em função das novas circunstâncias e dos incêndios extremos aos quais teremos de fazer face", afirmou José Luís Carneiro, com o sublinhado de que "ontem já seria tarde".
O ministro falava, esta tarde, em Bruxelas, à margem de um encontro do ministros dos 27 responsáveis pela proteção civil com o comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic que esta segunda-feira reconheceu a necessidade de haver "um reforço dos meios" na União Europeia.
O ministro José Luís Carneiro deu conta que os 27 aceitaram a proposta para que seja realizado "um reposicionamento de meios aéreos em função dos riscos considerados".
"Esta experiência de pré-posicionamento de meios tinha sido feita na Grécia [onde] teve resultados eficazes do ponto de vista da celeridade da resposta. E, por isso, foi decidido, pela maioria daqueles que se pronunciaram, apoiar a proposta da Comissão para criar quatro centros de pré-posicionamento desses mesmos meios", afirmou José Luís Carneiro, dando conta da "disponibilidade de Portugal" expressada à Comissão.
"Portugal manifestou disponibilidade para acolher um desses centros de pré-posicionamento de meios, se necessário for, em articulação com Espanha, como não podia deixar de ser, em tudo o que tem que ver com a proximidade da fronteira, criando uma resposta de maior celeridade no quadro da Península Ibérica", referiu o ministro.
Carneiro quer que ainda este ano, "em novembro", se realize "um seminário para tirarmos a lições que a experiência nos demonstrou durante este ano e para extrairmos conhecimento dos grandes incêndios que lavraram em toda a Europa e também lavraram em Portugal".
A finalidade da iniciativa é "contribuir para um plano de ação imediato, na preparação do ano de 2023, por parte da Comissão Europeia", integrando "o conhecimento que é produzido nas unidades que integram os sistemas nacionais de proteção civil, (...) na rede de conhecimento que hoje é desenvolvido no quadro do Mecanismo Europeu de Proteção Civil".
O ministro destacou a maior sensibilização que existe no quadro da União Europeia para a temática dos incêndios, sublinhando que "este não é um problema de cada um dos Estados-Membros em função dos efeitos nefastos das alterações climáticas", mas "um problema de todos os Estados-Membros (...) comum a toda a União Europeia".