Homicida de lusodescendente e outras duas crianças em Inglaterra condenado a prisão perpétua

Axel Rudakubana, de 18 anos, foi condenado esta quinta-feira a prisão perpétua com uma pena mínima de 52 anos pelos homicídios de três crianças, entre as quais uma lusodescendente, em Southport, Inglaterra, em julho do ano passado.

O triplo homicida recebeu um total de 13 penas de prisão perpétua, tendo o juiz afirmado que é provável que nunca venha a ser libertado.

O juiz disse também que os crimes não se enquadram na definição de terrorismo, uma vez que não há provas de que estivesse a tentar promover uma ideologia, mas que são equivalentes em termos de gravidade.

Apesar da pena pesada, o adolescente obteve "um pequeno desconto" na sentença por ter assumido a autoria dos crimes no dia em que começou o julgamento, embora inicialmente se tivesse declarado inocente.

Axel Rudakubana teve de ser retirado do tribunal depois de gritar que precisava "de consultar um paramédico" porque se sentia "mal".

As três crianças, entre as quais Alice da Silva Aguiar, menina de nove anos filha de madeirenses, estavam a participar num evento numa escola de dança inspirado pela artista norte-americana Taylor Swift, no final de julho do ano passado, quando um adolescente, na altura de 17 anos, entrou armado com uma faca e começou a atacá-las, tendo-as matado. Dez outras pessoas ficaram feridas, incluindo cinco crianças e dois adultos. O agressor foi detido no local.

Depois do ataque, o país foi abalado por uma série de motins violentos anti-imigração, que, segundo as autoridades, foram convocados por grupos de extrema-direita, por se terem espalhado rumores online, parcialmente desmentidos, de que o suspeito do ataque seria um requerente de asilo muçulmano.

Apesar de, à data do ataque, o suspeito ser menor de idade, a justiça autorizou a divulgação da sua identidade para esclarecer que o jovem é natural do País de Gales e filho de pais ruandeses.

Aos tumultos, as autoridades responderam com uma reação judicial severa, com mais de 700 detenções, 300 acusações e as primeiras sentenças de prisão proferidas contra desordeiros e publicações 'online' que incitaram à violência.