Hamas libertou mais três reféns, um deles com nacionalidade portuguesa
O movimento islamita palestiniano Hamas libertou este sábado três reféns à Cruz Vermelha no âmbito do acordo de cessar-fogo com Israel.
Os militantes começaram por libertar , no sul da Faixa de Gaza, o luso-franco-israelita Ofer Kalderon, de 54 anos, e Yarden Bibas, de 35 anos, pai das duas últimas crianças mantidas em cativeiro, cujo destino é ainda incerto.
Mas tarde, foi libertado, na cidade de Gaza, a norte do território, o americano-israelita Keith Siegel, de 65 anos.
Desde o início das tréguas, a 19 de janeiro, foram libertados 15 reféns em troca de centenas de prisioneiros palestinianos detidos em Israel.
Ofer Calderon, 54 anos, obteve a nacionalidade portuguesa, pela sua origem sefardita, depois de ter sido feito refém, a 07 de outubro de 2023, disse à Lusa o advogado, José Ribeiro e Castro, que submeteu então ao Governo um pedido de urgência por razões humanitárias na análise do seu processo, conseguindo que a Conservatória dos Registos Centrais emitisse a certidão de nascimento, confirmando a dupla nacionalidade do franco-israelita.
Os seus dois filhos haviam sido libertados em novembro, pouco mais de um mês após o ataque do Hamas.
O Governo português saudou entretanto a libertação de mais três reféns e, muito em especial, a do também nacional português Ofer Calderon. "Que este possa ser mais um passo para a paz, enquanto os libertados e suas famílias vivem um novo tempo de esperança", diz o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou igualmente a libertação do luso-franco-israelita. "Que esta libertação seja mais um passo para a concretização do cessar-fogo e a cessação permanente do conflito na região", lê-se numa nota no site da presidência.
Em reação à libertação do luso-franco-israelita, o Presidente francês, Emmanuel Macron, publicou no X que partilhava "o imenso alívio e alegria" dos familiares, "após 483 dias de um inferno inimaginável".
O dirigente mostrou-se também confiante na libertação do último refém franco-israelita ainda nas mãos do Hamas, Ohad Yahalomi, e prometeu que a França está a fazer "tudo o que está ao seu alcance" para assegurar a sua entrega.
Horas depois, os autocarros com 183 prisioneiros palestinianos libertados por Israel começaram a chegar a Ramallah, Cisjordânia. Entre eles estão 18 prisioneiros condenados a prisão perpétua, 54 com penas longas e 111 prisioneiros da Faixa de Gaza que foram detidos após o início da guerra de Gaza em 07 de outubro de 2023.
A troca deste sábado é a quarta realizada no âmbito da trégua.
Um total de 33 reféns israelitas deverão ser libertados em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos durante as seis semanas iniciais da trégua.
Israel diz ter recebido informações do Hamas de que oito dos reféns foram mortos no ataque do Hamas, a 07 de outubro de 2023, ou morreram mais tarde, já em cativeiro.