As autoridades israelitas estão a proceder na noite desta terça-feira, 25 de novembro, à identificação de um cadáver entregue pelo Hamas à Cruz Vermelha para garantir que é de um dos três reféns ainda na Faixa de Gaza: os israelitas Ran Gvili, de 24 anos, e Dror Or, de 48, e o tailandês Sudthisak Rinthalak, de 43. Caso a identificação se confirme, restará ao grupo terrorista palestiniano entregar dois, com a imprensa árabe a dizer que estão a decorrer buscas em Zeitoun (sul da cidade de Gaza) e no campo de refugiados de Nuseirat.O corpo entregue esta terça-feira (25 de novembro) tinha sido encontrado na segunda-feira, com o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a criticar a demora na sua devolução a Israel. “À luz do anúncio da Jihad Islâmica sobre a descoberta dos restos mortais de um refém falecido, Israel considera com extrema seriedade a demora na sua imediata transferência”, indicou em comunicado, durante a manhã. “Isto constitui uma violação adicional do acordo. Israel exige a devolução imediata dos três reféns falecidos que ainda se encontram detidos na Faixa de Gaza”, acrescentou.O Hamas confirmou depois que o corpo seria transferido a meio da tarde, algo que se viria a concretizar. Há 12 dias que não era entregue nenhum cadáver, com o grupo terrorista palestiniano a continuar a alegar dificuldades para os encontrar e Israel a dizer que estão a querer atrasar a operação. Até agora, foram devolvidos 12 corpos de reféns israelitas, juntamente com três de estrangeiros (um tailandês, um nepalês e um tanzaniano). Israel, por seu lado, entregou 330 cadáveres de palestinianos mortos na guerra.A libertação de todos os reféns, levados no ataque terrorista do 7 de Outubro de 2023, estava prevista na primeira fase do plano de cessar-fogo do presidente dos EUA, Donald Trump, que entrou em vigor a 10 de outubro. A ideia era que fossem libertados, quer os vivos, quer os mortos, no prazo de 72 horas, mas o processo ainda não acabou e a segunda fase do acordo não vai para a frente. Representantes do Egito, da Turquia e do Qatar - que mediaram o processo de paz junto com os EUA - reuniram-se esta terça-feira (25 de novembro) no Cairo. Segundo os media locais, o objetivo era “superar obstáculos” para a segunda fase do acordo e “limitar as violações para garantir a manutenção do cessar-fogo”. No fim de semana, uma delegação do Hamas esteve reunida com o chefe da secreta egípcia, Hassan Rashad. O cessar-fogo é posto em causa todos os dias. Ainda esta terça-feira as Forças de Defesa de Israel anunciaram terem matado cinco alegados terroristas em Rafah, onde suspeitam que há operativos armados escondidos em túneis. Enquanto isso, a situação humanitária deteriora-se no enclave palestiniano, com as chuvas torrenciais a deixarem as tendas dos refugiados alagadas. As agências das Nações Unidas queixam-se da entrada lenta de ajuda, apesar do cessar-fogo.