O secretário-geral da Organização das Nações Unidas advogou a importância da “plena legitimidade internacional” de uma força de estabilização a enviar para a Faixa de Gaza, tal como previsto no plano de paz de Trump. Na segunda-feira, os EUA começaram a partilhar com os diplomatas dos países do Conselho de Segurança da ONU um documento que servirá de base ao projeto de resolução a votar naquele órgão.“É importante que a força a criar tenha plena legitimidade internacional para lidar com as partes [em conflito] e a população de Gaza”, disse António Guterres, em entrevista à versão árabe da Al Jazeera. E a “fonte” dessa legitimidade continua a ser um mandato do Conselho de Segurança da ONU, ainda que, como o próprio voltou a defender noutro segmento da entrevista, necessite de uma reforma urgente..EUA querem ter em janeiro força internacional em Gaza.O português elogiou o papel dos Estados Unidos pela pressão exercida sobre Israel para a aceitação do cessar-fogo. “O governo de Israel tinha outras intenções... que eram levar a guerra até ao fim, mas os norte-americanos, a certa altura, compreenderam que já bastava.” Considerou, porém, que a entrada de ajuda humanitária mantém-se insuficiente - “a ajuda humanitária melhorou, mas estamos longe do necessário para eliminar rapidamente a fome e criar as condições para que o povo de Gaza tenha o mínimo necessário para uma vida digna” - e que todo o processo corre o sério risco de descambar: “Era essencial parar a guerra e libertar os reféns, mas tudo isto é muito frágil.”Na noite de quarta-feira mais um corpo de um refém israelita foi entregue, o 22.º de 28, depois de o Hamas o ter anunciado horas antes. De manhã, haviam chegado a Gaza 15 restos mortais, confirmaram os responsáveis do hospital Nasser, em Khan Yunis. No total, foram restituídos 285 cadáveres desde a entrada em vigor do cessar-fogo, em 10 de outubro. Esta devolução ocorre no dia seguinte à entrega, por parte do Hamas, do corpo do soldado israelita Itay Chen, morto aos 19 anos.