Guiné-Bissau. Coligação PAI/Terra Ranka vence legislativas com maioria absoluta

A coligação PAI -- Terra Ranka é liderada por Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
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A coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) -- Terra Ranka venceu as legislativas da Guiné-Bissau com maioria absoluta, obtendo 54 dos 102 deputados do parlamento, segundo os resultados provisórios anunciados esta quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A coligação PAI -- Terra Ranka é liderada por Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu sem maioria as legislativas de 2019 com 47 deputados, e inclui também a União para a Mudança, o Partido da Convergência Democrática, o Movimento Democrático Guineense e o Partido Social-Democrata.

"A nossa mensagem vai ser muito curta e vai ser muito simples. Acabam de ser proclamados os resultados das eleições legislativas realizadas no dia 04 de junho e os resultados é de que a Guiné-Bissau ganhou", reagiu Domingos Simões Pereira.

"Como a Guiné-Bissau ganhou e como a plataforma PAI-Terra Ranka sempre prometeu, nós temos responsabilidades e celebramos sim, comemoramos sim, mas vamos respeitar todos os filhos da Guiné, que contribuíram para produzir esses resultados", pediu aos apoiantes o também líder do PAIGC.

Na sua curta declaração, Domingos Simões Pereira disse também que hoje começou a ser construída a "esperança num novo dia".

Os resultados provisórios indicam também que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), liderado por Braima Camará, obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019.

Em terceiro lugar ficou o Partido de Renovação Social (PRS) com 12 deputados, uma grande descida em relação aos resultados das últimas legislativas, quando obteve 21 assentos.

O Madem-G15 e o PRS faziam parte do Governo guineense desde 2020, depois de o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, ter demitido o primeiro-ministro Aristides Gomes, que liderava o executivo do PAIGC.

O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.

Nas legislativas de 2019, Botche Candé foi eleito deputado pelo PRS e assumiu as pastas do Interior e da Agricultura no Governo, que agora cessa funções.

O grande derrotado das eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.

Quase 900.000 eleitores guineenses foram chamados às urnas no domingo para escolher os novos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular, de onde sairá a formação do próximo Governo, depois de o Presidente guineense ter dissolvido o parlamento em maio de 2022.

Durante a campanha eleitoral, Umaro Sissoco Embaló reiterou, em declarações à imprensa, que não nomeará Domingos Simões Pereira primeiro-ministro, nem o vice-presidente do PAIGC, Geraldo Martins.

As várias missões internacionais de observadores eleitorais que acompanham o processo eleitoral consideraram na terça-feira que as eleições de domingo decorreram de forma pacífica e ordeira e foram bastante participadas.

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