O porta-voz do presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, o juiz Idriça Djalo, anunciou esta terça-feira, 2 de dezembro, que não tem condições de continuar com o processo eleitoral, por confisco de equipamentos e das atas feita por “homens armados” no passado dia 26 de novembro.Numa comunicação à imprensa, sem direito a perguntas, as declarações do magistrado foram transmitidas nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais."A CNE tem total impossibilidade de continuar e concluir o processo eleitoral", disse Djalo.O porta-voz da CNE, que é secretário executivo adjunto do organismo responsável pelo ato eleitoral, relatou um conjunto de situações ocorridas nas instalações da administração eleitoral um dia antes da publicação dos resultados provisórios das eleições gerais do dia 23 de novembro, nomeadamente uma invasão por “homens armados e encapuzados”.Idriça Djalo deu a conhecer ao público a conversa mantida na segunda-feira com uma missão da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), chefiada pelo presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, que se encontra em Bissau e que tenta mediar a crise no país.Na conversa, relatou Djaló, o presidente da CNE guineense, o também juiz Mpabi Cabi, explicou que a instituição está impossibilitada de prosseguir com os trabalhos que levariam à publicação dos resultados das eleições legislativas e presidenciais.O porta-voz informou que os “invasores” se apoderaram de pertences pessoais das 45 pessoas que se encontravam na CNE, “vandalizaram por completo as instalações da CNE”, retiraram os computadores, documentos e algumas atas de apuramento eleitoral.