Grécia declara estado de emergência em Santorini devido à intensa atividade sísmica
A intensa atividade sísmica que se tem registado na ilha de Santorini levou a Grécia a declarar esta quinta-feira o estado de emergência neste conhecido destino turístico.
O estado de emergência em Santorini vai estar em vigor até 3 de março, de acordo com o Ministério da Crise Climática e Proteção Civil, de modo a responder às necessidades da população e às consequências da atividade sísmica, segundo a Reuters.
Nos últimos dias, foram registados centenas de sismos, sendo o mais forte de magnitude 5,2 registado na noite de quarta-feira. Foi nesse dia que as autoridades gregas alertaram sobre o elevado alto risco de deslizamento de terra em algumas zonas da ilha.
Um dia antes, foi reportado que, em apenas 24 horas, foram registados mais de 550 sismos na área marítima entre Santorini, Amorgos e Ios.
Devido à intensa atividade sísmica, escolas foram encerradas, e foram enviados para Santorini equipas de resgate. Os habitantes foram aconselhados a evitar os portos marítimos e reuniões em ambientes fechados.
Nestes últimos dias mais de 10 mil pessoas deixaram Santorini, muitos dos quais através de ferries, tendo sido reforçado o número de voos para Atenas.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, apelou na segunda-feira, aos residentes de Santorini para "permanecerem calmos", apesar da "intensa" atividade sísmica que atingiu a ilha turística mundialmente famosa nos últimos dois dias.
"Temos de gerir um fenómeno geológico muito intenso" nesta ilha das Cíclades, no Mar Egeu, alertou o chefe de governo. "Acima de tudo, gostaria de pedir aos habitantes da ilha que mantenham a calma", acrescentou.
De acordo com o recenseamento de 2021, Santorini tem 15.000 habitantes, embora se estime que existam mais 10.000 habitantes permanentes não registados, e Amorgos cerca de 2.000, aos quais se devem acrescentar os turistas, cujo número ainda é baixo, devido ao facto de a época de verão ainda não ter chegado.
Os especialistas afirmam que a atividade sísmica dos últimos dias não está relacionada com o vulcão de Santorini, mas sim com falhas submarinas na zona.
Estas cinco falhas, cada uma com mais de 20 quilómetros de comprimento, podem produzir sismos de magnitude até 7,3, como o registado perto de Amorgos em 1956, que provocou um 'tsunami' de 30 metros que matou 53 pessoas.
Uma das maiores erupções da história, por volta de 1600 antes de Cristo, deu à ilha de Santorini a sua forma atual e formou um 'tsunami' que chegou a Creta e pôs fim à civilização minoica na ilha.
A última erupção na zona ocorreu em 1950.
Com Lusa