Primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez
Primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez EPA/MANUEL BRUQUE

Governos progressistas de todo o mundo, uni-vos: o apelo de Pedro Sánchez para "defender a democracia"

No Chile, durante a cimeira "A Democracia Sempre", chefe do Governo espanhol alertou para uma “ameaça real, a internacional do ódio e da mentira"
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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, lançou esta segunda-feira, 21 de julho, um forte apelo à coordenação entre os governos progressistas para defender a democracia, durante a cimeira Democracia Sempre, realizada no Chile. Ao lado dos presidentes do Brasil (Luiz Inácio Lula da Silva), Colômbia (Gustavo Petro), Uruguai (Yamandú Orsi) e do anfitrião chileno Gabriel Boric, Sánchez alertou para uma “ameaça real, a internacional do ódio e da mentira".

É hora de dar um passo em frente. Enfrentamos uma internacional reacionária, que atua de forma coordenada, e por isso é tão importante responder com coordenação e união”, afirmou o chefe do Governo espanhol, que anunciou ainda que Espanha acolherá em 2026 uma nova cimeira dedicada à defesa da democracia.

Para Pedro Sánchez, o combate pela democracia vai muito além dos votos. “É uma batalha política que se trava nas ruas, nas redes sociais, na comunicação social e nas organizações internacionais. É uma responsabilidade moral para com quem lutou por ela [democracia] e um dever para com as gerações futuras”, sublinhou.

Segundo o líder socialista, a ameaça à democracia cresce dos dois lados do Atlântico e manifesta-se através da manipulação, do discurso de ódio e da erosão deliberada das instituições. Sánchez criticou ainda o que considera ser uma cedência da direita tradicional ao discurso da extrema-direita, afirmando que “desertou dos consensos democráticos que partilhávamos até há pouco tempo”.

No encontro, Sánchez destacou três áreas de intervenção prioritária: o reforço das instituições democráticas e do multilateralismo; o combate à desinformação, com ênfase na regulação dos algoritmos e da governação digital; e a redução das desigualdades sociais, que considera central para garantir a coesão das sociedades democráticas.

A cimeira de Santiago do Chile marca a continuação de uma iniciativa lançada por Sánchez e Lula da Silva em 2024, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas. O objetivo é criar uma plataforma comum de resposta aos avanços da extrema-direita e aos ataques à ordem democrática.

* Com Lusa

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