Três mortos confirmados. Governo italiano disponibiliza 2 ME para emergência na ilha de Ischia

A ilha de Ischia foi afetada por um deslizamento de terras, que já provocou três mortos. Até agora há entre dez e 12 desaparecidos na lama. Nas buscas estão a ser usados cães para procurar sinais de vida sob os escombros, enquanto um barco da Guarda Costeira patrulha a costa, para onde vários carros e até autocarros foram arrastados.
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O Governo italiano declarou este domingo o estado de emergência em Ischia, afetada em parte por um deslizamento de terras, que já provocou três mortos, e anunciou um investimento de dois milhões euros em auxílio e prevenção.

Esta disponibilidade financeira, aprovada em Conselho de Ministros e anunciada pelo ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, será acompanhada pela constituição de um grupo técnico para realizar um estudo global das inúmeras áreas em risco hidrogeológico por todo o país.

Este será o primeiro investimento para ajudar a população da localidade de Casamicciola Terme, uma das seis cidades desta ilha vulcânica voltada para o Golfo de Nápoles e que foi devastada por um deslizamento de terra de uma parte do monte de Epomeo devido às chuvas fortes.

O balanço provisório é de três mortes. Foi encontrado o corpo de uma idosa ainda por identificar, que se junta ao de uma menina de 5/6 anos, encontrada pouco antes, e a outro confirmado no sábado, o de uma mulher de 31 anos que vivia no local do desastre com o namorado. O paradeiro do homem ainda é desconhecido.

Os corpos estão a ser depositados na funerária do hospital Rizzoli, na cidade vizinha de Lacco Ameno, em Ischia.

As equipas de resgate somam esforços à procura de sinais de vida na Via Celario, em Casamicciola, o bairro mais afetado pelo desabamento, no sopé da montanha.

Os desaparecidos de que não há notícias são "entre 10 e 12", explicou o delegado do Governo em Nápoles, Claudio Palomba.

Entre os desaparecidos estão os pais da menina morta e os seus outros dois filhos, segundo a imprensa local. Estão também por localizar um casal e o seu filho de 1 mês.

Nas buscas estão a ser usados cães para procurar sinais de vida sob os escombros, enquanto um barco da Guarda Costeira patrulha a costa, para onde vários carros e até autocarros foram arrastados.

Para desenvolver as primeiras intervenções, o Governo de Giorgia Meloni escolheu a atual vereadora de Casamicciola, Simonetta Calcaterra, como comissária extraordinária para dirigir os trabalhos durante o estado de emergência, durante um ano.

Por outro lado, o Conselho de Ministros prometeu aprovar ainda este ano o "Plano Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas", um documento que expõe as áreas de risco hidrogeológico e sísmico apresentado em 2018 e que nunca foi aprovado, apesar de ser considerado uma peça-chave para a prevenção.

"Não podemos fazer prevenção se não tivermos previsões", sustentou o ministro Musumeci, ao considerar "incrível" que o documento ainda não tenha sido aprovado, apesar dos frequentes sismos e deslizamentos de terra que ocorrem no país.

"É claro que o nosso território padece de falta de planeamento e os relatórios ainda estão nas gavetas e não dão margem à fase de intervenção", lamentou.

Por isso, Meloni ordenou a criação de um grupo de trabalho interministerial, para angariar os recursos financeiros existentes para fazer face à "emergência hidrogeológica nacional" no apoio aos municípios, "começando pelos mais pequenos".

Meloni, a primeira mulher a governar o país e há um mês no poder, manifestou a vontade de visitar Casamicciola, mas será mais tarde porque ir agora, enquanto continuam as buscas pelos desaparecidos, "seria apenas uma passarela", disse Musumeci.

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