O governo britânico confirmou que os cidadãos israelitas serão banidos de uma das mais prestigiadas academias de defesa do Reino Unido devido à guerra em Gaza. A decisão faz com que seja a primeira vez que o Royal College of Defence Studies exclui israelitas e foi comunicada pelo Ministério da Defesa (MoD), citado este domingo (14) pelo The Telegraph.A partir do próximo ano, a instituição não aceitará estudantes de Israel, declarou um porta-voz do MoD, acrescentando que, embora os cursos militares britânicos enfatizem o cumprimento do direito humanitário internacional, "a decisão do governo israelita de escalar ainda mais a sua operação militar em Gaza é errada". O governo britânico apelou ainda a uma solução diplomática, um cessar-fogo imediato, o regresso dos reféns e um aumento da ajuda humanitária para a população de Gaza. O Ministério da Defesa israelita clarificou entretanto que a proibição se aplica a todos os cidadãos do país, não apenas a militares. Amir Baram, diretor-geral do Ministério da Defesa de Israel e ex-aluno da academia, descreveu esta decisão como "um ato de deslealdade profundamente desonroso para com um aliado em guerra". Numa carta enviada ao MoD, partilhada com o The Telegraph, Baram classificou a medida como um "ato discriminatório" e uma "vergonhosa quebra da orgulhosa tradição de tolerância britânica".Esta exclusão é a mais recente de uma série de ações punitivas tomadas por Downing Street sob a liderança do primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer. O governo já baniu a participação de oficiais israelitas na maior feira de armas do Reino Unido e suspendeu 30 das 350 licenças de exportação de armas para Israel. Starmer afirmou ainda que o Reino Unido reconhecerá um Estado Palestiniano na Assembleia Geral da ONU, a menos que Israel cesse a guerra em Gaza e se comprometa a não anexar a Cisjordânia.O Royal College of Defence Studies foi fundado em 1927, seguindo a visão de Winston Churchill de "promover uma maior compreensão entre oficiais militares seniores, diplomatas, funcionários públicos e autoridades".